domingo, 23 de dezembro de 2012

Radio-frequente

Ela me surgiu assim de um jeito estranho,
E um desejo sem tamanho me tomou o corpo inteiro
Só nos sonhos saciado até que chegue fevereiro
Ela me disse fevereiro, fevereiro, fevereiro...

E quando acordo enlouquecido
É porque sonho com essa moça
Faço com que ela saiba o meu desejo
Pelas palavras radio-frequentemente transmitidas

Que a quero de um jeito todo singularmente nosso
Que não sabemos como será, mas que de certo já é bom
E assim nos temos tão perdidamente encontrados.

Cristian S. Molina


quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Canto dos trilhos

Os trilhos assobiam uma melodia conhecida,
Está próximo o trem
...um frio na barriga.

Em tenra idade aprendia já muito dessa vida
Da escola fugindo bem
À estação envelhecida.

Ficava ali atrás da plataforma na expectativa
Do aço sobre os dormentes um som vem
Pulsa o coração feito engrenagens locomotivas
Ouvia-se que os guardas de fardas batiam bem
... ainda hoje, também.

Às vezes pendurados, atrás ou entre os vagões
Gritávamos,
Quando longe das mãos e borrachas pretas,
Sofisticados xingamentos da época,
eramos uns capetas.

 Aqueles bons tempos...
se as contingências não tivessem contido a audácia....
Talvez ainda tivesse aqueles amigos de arruaça,
vivendo de ousadia,
de graça...

O canto dos trilhos do trem não mais ameaça...
O cando metálico acomodou-se e nesta alma trilha
E sobre os trilhos, muitas vezes, ainda andarilha.

Cristian Steiner Molina



"Quando eu crescer eu vou ficar criança." (Manoel de Barros)

domingo, 9 de dezembro de 2012

Um amor canalha

Ela me atrai demais
Mas isto não é óbvio?
Falando com ela, vem aquele último encontro.
Não rolou tudo,
Mas teve nossos beijos, abraços e apertos...

Um passado recente,
E de um desejo presente,
Velho affair... novamente...
Sem futuro algum!
Uma vontade de encontrá-la por inteira,
e vivermos outro momento,
Um instante
Gostoso de lembrar num futuro...
E esquecer este presente.

Elaborando o passado para esquecer
As coisas que nos impedem de viver o momento
Sei lá.. a vida é um sopro, como disse o Niemeyer
Então...
O amor é pra ser vivido,
Pra viver mesmo sem crer
Amor em todos os sentidos

Sem um amor abrigo...
Amo mesmo assim outros amores insubstituíveis...
Um amor descontido
Um amor de navalha
pra cortar o que tenho guardado
e que quer sair, desempedido...
mas não encontra lugar,
Não fosse um amor canalha.

Cristian Steiner Molina

Do medo de angustiar os velhos

Hesitei em alegrar aqueles velhos olhos

Com estórias de cócegas na barriga
Tive medo que pegassem gosto por essa vida
Medo de mexer e de curar nossas feridas
E de deixar um corte com a nossa despedida
Tive medo da angústia da partida
 
E se quisessem desse mundo não sair por ser tão bom,
E perdessem ali a dolorosa solidão de cada longo segundo?
 
 
Preferi que o tempo corresse num vazio profundo
Sem entender que há vida aonde há a morte
Alegria e sofrimento, Azar aonde há a sorte
E se para despedida há que ter encontro
Evitei a despedida estando ao lado muito distanciado
E descomprometido, a frieza foi minha fuga
A frieza da insensibilidade foi doer depois
Na saudade não saciada, no amor engavetado.


Cristian Steiner Molina

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Minhas amarras...

Nas coisas que mais desejo
Me saboto,
em teias de aranha
e mata fechada
que me perco

cipós me impedem de ir adiante
me arranho por inteiro
num luta com galhos espinhosos
e cortantes...

Atolo na areia movediça,
quanto mais me mexo,
mais me estaguino e me planto
nesse mesmo lugar...

me enrosco...
me machuco...
me morro nesse suor que me arde o corpo inteiro...
que me arde os arranhões vermelhos
que me arde...
que me arde...

a qualidade covarde refletida no espelho...
me rasga a vida depositada numa tarde...
...que deixei de ver você.

Cristian Steiner Molina

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Cristalino - por @LunaSanchez

Acho que é o olhar,
reluzindo aquele denso castanho,
um convite a mergulhar
na incerteza sem tamanho
de me perder e me achar.

As minhas palavras, fugidas,
se escondem nos teus lábios
- e o caminho dos meus, aos teus, é só de ida -
que as seduzem em silêncio, sábios,
como se as conhecessem de toda a vida.

No corpo, ondas de calor e de frio,
a distância é inversa ao desejo.
E no instante que dura um arrepio,
a boca transforma em beijo
o que tentou dizer e não conseguiu.

Entendo e aceito minha sina :
ser da tua saliva, o gosto;
dos teus versos, a rima;
e na moldura do teu rosto,
dos teus olhos, a menina.

[14/11/2012 - escrito num fôlego só]

Luna Sanchez

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Recíproco sopro

Ela assoprou o sopro
que sentiu no ouvido
e assim passou-se um sopro a ter sentido

o sopro era recíproco
e encontrou abrigo.

o sopro que era no peito comprimido
encontrou alívio desmedido
no assopro devolvido....

O silêncio não....
mas o assopro podia ser lido.


Cristian S. Molina

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Corpo, personalidade e mundo

“Um corpo é sempre a expressão de um ego e de uma personalidade e está dentro de um mundo. E nem sequer podemos dar uma resposta preliminar ao problema do corpo se não tentarmos esclarecer primeiro o da personalidade e o mundo.”
SCHILDER (1977)

sábado, 25 de agosto de 2012

Ofício

Do Departamento de Controle de Processos

Ao Departamento de Controle e Contenção das Sentimentalidades


Com este, informamos a Vossa Senhoria
Que o amor compareceu a este departamento
Desequilibrado - como habitualmente -
Utilizando palavreado de baixo calão.

Informamos,
ainda,
que o sujeito supra referenciado,
que surge sem prévio aviso,
que nos surpreende,
que perturba o bom andamento dos processos,
e, também,
das regras e desse sistema tão bem
equilibrado,
estruturado,
planejado,
administrado,
governado,
regrado,
e conquistado por nossos esforços e seriedade,
é reincidente... o amor é reincidente.

Solicitamos de Vossa Senhoria as necessárias providências,
no sentido de contê-lo,
enviando-o para o subsolo de nosso arranha-céu de produções intelectuais,
regras e engenharia do comportamento.

Acrescentamos ainda, para reforçar os motivos desta solicitação,
Que o referido é o mesmo que costumeiramente vem corrompendo sujeitos em nosso meio,
nossos mais importantes colaboradores,
Que estão nesse momento zombando da nossa seriedade,
Ou pior, estão ignorando a nossa existência,
Corrompidos pelo amor.

Aproveitamos o ensejo para expressar nossos mais sérios votos de apreço ao respeito e obediência.



Cristian S. Molina

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Vá lá ser

Vá lá ver
Vá lá ver a linda lua que hoje se lançou
Vá lá ver,

Vá lá crer,
Vá lá crer que ali na rua a lua te alcançou
Vá lá ser

Vá viver
Sei que ainda a alma sua poderá dançar
Vá lá ver

Vá lá ver a bela lua a tua vida iluminar

Vá lá ler
Vá lá ler a poesia fresca a querer te alegrar
Vá amar.

Cristian S. Molina

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Tanto que...

Um amor tão grande que pareciam amigos...
Brigas tão intensa, pareciam amantes...
Um pouco caso tão evidente, parecia intimidade.
Olhares tão sacanas, de irmãos.

De tanta felicidade, parecia vazia.
Tão triste que era aquele mundo,
alegria era alienação.
O amor era tão mal falado,
tão proibido,
que era um sonho.
Como tatuagem, o amor doía e deixava marcas...
símbolos significantes...

O amor era uma desculpa
ao ciúmes.

Uma intimidade tão pública que pareciam políticos.
E todo aquele ódio era apenas um jeito de amar.
E um amor todo era superfície,
era uma maneira de guardar,
com a casca,
um ódio,
de um jeito nobre.

Eram tão maduros que o amor ficou infantil.
Amavam e odiavam-se,
equilibradamente.

Sua vaidade era a sua vontade.
Tinham tanto amor guardado...
Eram mestres em economia do amor.

Sua pequenez era tão notável, que era grande.
Ela crescia. Não. O amor era que crescia dentro dela. Ela era flexível.
Eram tão espontâneos que pareciam não guardar segredos.
tão ausente essa inspiração que inspira.
Se ausentou a ausência.

E o poeta servia-lhes para fazer distinção.
Poeta é assim,
gente normal tem emprego...
a loucura é tranquila...
versos com vida própria.
Era tão séria.... que era uma graça.

Cristian S. Molina

terça-feira, 19 de junho de 2012

Enquanto os prédios passam...



Fazer um sorriso e dar à vida
Erguer uma vitória qualquer
Sair às pressas, às ruas esquecidas
Visitar aquela que bem quer

Juntar as moedas do console
Abandonar o carro, pagar a passagem
Lembrar de um certo alguém
Enquanto os prédios passam pela janela do trem...

Desembarcar em lugar estranho
Novos becos, novas quadras, pessoas estranhas
Desembarcar estranhamente... à vida.

Caminhar até aquela rua, àquela casa...
Chamar aquele nome, sonho das cordas vocais...
Fazer um sorriso e dar à vida...


Cristian S. Molina

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Um tal de amor

Pediu um abraço,
E recebeu com medo..
Olhou nos seus olhos,
Consumou-se um beijo...
O último...

Foram-se os três embora...
Ela...
Ele...
e um tal de amor...

Cristian S. Molina

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Carência

Uma saudade
Uma falta
Uma pergunta no estômago...
Ela, de repente, se foi... por que?
Fiquei aqui com minhas filosofias

De repente, nada mais faz muito sentido
Estou aqui...
eu sei...
Não quero pensar
naquelas possibilidades

Olho as pessoas, as moças
são bonitas, todas,
que passam a minha volta
Eu tenho elas dentro de mim

E vivo um amor,
por cada sorriso compartilhado,
e quase choro de emoção,
por cada instante desses,
com cada uma delas.

O desejo é dizer
algo mais que o de praxe
O desejo é ter
algo mais para dividir

Estou carente
O desejo é de chorar
Por que faz, a falta?
Por que o outro é tão necessário?

O desejo é de dizer "eu te amo"
Da forma mais intensa,
Enquanto nos unimos,
Enquanto dividimos nossos orgasmos,
Enquanto nossos gemidos cantam o prazer
de sermos uma carne só.
Só para não dizer
que um abraço já faria feliz.

Cristian S. Molina

sábado, 5 de maio de 2012

Cadê a Graça

Para onde foi a graça
Dos comentários inteligentes,
Dos tilintar das taças
E dos diálogos eloquentes?

O sorriso de alegria,
Onde está a graça da gente?
Dos gestos e atos falhos?
Cadê o brilho dos olhos
E a vontade de estar?
Onde está a mágica do ar?

E as pessoas,
Cadê a graça das pessoas?
Das coisas...
Cadê a graça?

Cadê a história do livro
E a rima dos versos?
E os versos...
E as rimas...
Onde está a poesia?

Cadê o sentido da história?
O objetivo da ciência?
O produto da ação?
A graça das engraçadas memórias?
A fruto do trabalho?
A emoção de andar na contra-mão?

A tragédia do cotidiano, onde está?
O sentido do seguir?
O sujeito no mundo, onde há?
O objeto do amor?
O gosto do alimento, o sentimento?
O gosto da música, a música?
O gosto pra vida?
Cadê a vida?

Cristian S. Molina

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Ela não quer mais sofrer

Cansou de amar,
aquela mulher
Ela não quer mais sofrer
Depois de tanto desgosto
Foram tantos anos de entrega
Pra depois sofrer... perder...

Ela agora não quer mais sofrer
Ela não quer mais te ver
Ela não quer mais sofrer

Quando o amor começa a chegar
Ela começa a sair... ela começa a sumir
Ela mais que uma noite não quer amar

Ela se cansou dos amanhãs mais que certos
E agora não existem mais promessas
Ela se cansou das mentiras de um homem...
Descobriu que compromisso é apenas uma palavra sem sentido

E criou uma regra
Ela agora acredita que não há no mundo
quem se possa amar mais que um dia

Agora ela não quer mais sofrer
Agora ela não quer mais amar
Paixões, o coração nem mais permite
Agora ela só tem um vazio no olhar

Ela se fechou,
o coração agora é gelo polar
não tem mais chama, não tem mais calor
A vida acabou, agora é só dever
Agora a vida não é mais que um labor

Agora ela quer ganhar seu dinheiro
e fazer do amor um produto descartável
Porque ela não faz sexo,
Agora é só uma noite de amor e depois ela te esquece

Agora, por onde passa, tolos corações se dilaceram...
Uma noite de um amor, como se fosse a última vez...
E assim é... sempre a última vez...
Porque ela agora não quer mais sofrer.

Cristian S. Molina

sábado, 14 de abril de 2012

Rosamania



Hoje eu acordei e declarei
em minhas alegrias que esse
seria o dia da Rosa que em
mim faz poesia, Rosa dos

tempos que passei tão bem
em sua companhia, as melhores
sentimentalidades que assim
carinhosamente nos cabia

Hoje é o dia da Rosa que colore cidades,
hoje é dia da doce Rosa, dessa doce mania
Um dia de cheiros mil, de suas gracilidades,

Perfumes Roseiros perfumam nossos sonhos,
nossa poesia doce... amena... bela e espirituosa
Que enche a alma com o cheiro da Rosa

Rosamania....
mais um dia,
mais um ano
agora, aqui,
você se faz
Rosa grandiosa

Livre das frágeis
pétalas que apanham
livre dos espinhos agudos
que machucam nossas mãos

Somente o caule de março e abril,  ariano
agora com novos brotos brotando,

Beijos e botões a se abrir
Campos exalando o perfume do devir

Você toda Rosa, em verso ou prosa,
em tempo de poda, o amor anima e desdosa
porque irá florir, porque são boas essas raízes
E de qualquer cotidiano faz mágica, cheirosa.


Cristian Steiner Molina

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Amor: alegre cicatriz dos profundos cortes

E se é pra voltar,
Que volte.
Se voltar,
se solte.
Se aprisionar,
revolte.
Sem norte,
Mesmo assim
Escolte
O coração
Alegre ou triste,
À sorte.
E se é seu,
O porte.
Se doer,
Suporte.
Amor é forte,
É passaporte,
Cicatriz alegre
Dos profundos cortes.

Cristian S. Molina

De um comentário em http://leovalesi.wordpress.com/2012/04/05/temporal/

terça-feira, 3 de abril de 2012

Morra de amor e nasça de verdade... Se Avive!


As expectativas mortas
num passado que vive
Fazem-se exageradamente
tortas num futuro em declive

Óh, já póstumos amores
que terei... é o que diz
esses amores que tive
Óh, presente… não morras

como o que já se foi, nem tampouco esteja onde nunca estive
nem sentencie-se feito esse covarde futuro,
não se arquive nessas gavetas que mantive

Seja o que neste coração nunca detive. Avive! Morra de amor e nasça de verdade. Se Avive!
E todo o resto se torna tão pobre…quando a bela face dela se descobre
não há no mundo quem para Eros não se desdobre.

Cristian Steiner Molina

De comentários em Vidráguas

sábado, 24 de março de 2012

Tristeza

Em tarde nubladas de outono, tristeza.
Sobre e sob as folhas caídas, tristeza.
Na umidade gélida por baixo das pedras, só há tristeza.
Nas dores dos ossos de pés descalços, fria tristeza.

E o calor do café só aquece ainda mais as tristezas. Nos cantos, aranhas tecem teias de tristeza. E o vento triste balança as folhas das arvores em profunda tristeza. As flores, já poucas, e rosas, nas arvores, cheiram a mais bela tristeza.

Os portões, os tijolos vermelhos alaranjados, desbotados, é só tristeza. O varal do quintal, e seus guardanapos que balançam, balançam tristezas. Os cachorros quietos em suas casinhas, no quintal, aquietam ainda mais as tristezas

A bola que bate no chão da rua, parece um sinal de tristeza. e as crianças da rua nem gritam mais tanto... é só tristeza. O ronco fraco do carro que manobra, e faz meia volta, ronca só tristeza, porque não aguenta mais seguir aquele caminho de tristezas... um fraco...

Nos fios elétricos, rabiolas e esqueletos de pipa, é uma tristeza. As rabiolas indicam a direção do vento frio de tristeza. As parabólicas captam dos satélites de todo o mundo toda a tristeza das notícias e telenovelas torturantes... nauseantes...  Construções começadas, pichadas em cores cinzas. e seus ferros enferrujados de tanta tristeza, esperam a chuva... para se desfazerem em tristezas de pó... É uma tristeza só!

A placa no terreno baldio anuncia a venda daquela tristeza, e os pássaros estão em seus ninhos melancólicos,
ninhos de tristeza. Os morros esverdeados e os telhados desbotados de tristeza
Ipês amarelos de tristeza, olham o passar do trem cheio de tristeza

No asfalto negro e esburacado e calçadas de obstáculos transitam todas as tristezas, e as matilhas de cães de rua, de costelas amostra comem lixo e tristeza. Os pombos voam, pousam nos fios, e entristecem ainda mais a tristeza que vem em ondas elétricas de três mil volts... da mais pura tristeza.

As crianças gritam na rua, e a bola pula... desse lugar, a mais alegre tristeza. A bola pula, as crianças gritam besteiras na rua... desse lugar, a mais alegre tristeza. Com mãos, pés, cabeças e bocas, as crianças pulam, chutam e gritam nesse lugar, de todas as tristezas, nas bocas banguelas e dentes cariados, as mais alegres tristezas.

Cristian Steiner Molina

"Tristeza não tem fim, felicidade sim..."

sexta-feira, 23 de março de 2012

Amor e outras coisas vermelhas

Amor,
que palavra mais...
gostosa... vermelha...

Não dá pra explicar
certas coisas de coração,
é o que só se pode sentir,
sem medir,
sem mensurar.

É coisa muito grande.
É amor.
É paixão.
É foda.

E é tudo junto,
num ciclone que faz tudo voar...
Faz um estrago... devasta...

Folhas para o ar...
Telhados arrancados
Vacas berrando
e móveis se despedaçando para o ar...

Perfumes misturados,
Cheiro de amor
Cheiros de paixão para o ar...

E tudo volta ao chão
para seu indevido lugar...
E o coração,
que batia manso,
faz batucada frenética
e subitamente pára...
só pra fazer surpresa
e volta alucinadamente batendo acelerado...
rufando os tambores cardíacos...
porque paixão...
porque amor...
porque foda...
...é vermelho.


Cristian Steiner Molina

terça-feira, 20 de março de 2012

Quase livre num divã

11 de março de 2012
Sem musica a vida seria um erro... disse Nietzsche. A Música é a própria vida, não para. E se ele também disse que não acreditaria num deus que não soubesse dançar, também seria um erro acreditar num deus que não soubesse cair...
...levantar e continuar dançando, porque viver é dançar, nem sempre conforme a música que quase sempre é perfeita.

13 de março de 2012
É de enlouquecer...
Acredito que Jung queira nos transmitir que não é dizendo 'não' à vida que não queremos - e da qual tomamos consciência do desprazer e infelicidade que ela nos causa e causará - que conseguiremos mudar, mas sim, dizendo 'sim' ao que acreditamos ser uma vida total, e isto demanda sacrifícios... ou melhor... desapegos... e como é difícil desapegar! Mas sigamos inventando algum sentido...

16 de março de 2012
E tudo nos leva a um 'deixar que aconteça'... assim, naturalmente, sem resistências, como se o acaso nos levasse ao que desejaríamos ser, como se dessemos pistas ao mundo, e ele nos colocasse em nosso devido lugar... como se o mundo interpretasse a nossa alma e conduzisse a plenitude possível de cada um, levando em conta nossas questões de limites e o que podemos suportar de alegria ou de tristeza... é como se viver fosse deixar viver... deixar morrer... e nada mais. Desapegos, não mais do que poderíamos sobreviver. E ignorando esta maneira 'natural' das coisas, lutamos contra o que acreditamos ser uma interpretação errada desse mundo em relação a nós, que nos sufoca por decidir por nós, e afirmamos nossa singularidade, driblando o acaso do mundo que insiste em dizer o que somos, fomos e seremos, e o que não somos, não fomos e nem seremos... Tudo o que somos, fica sob a névoa do que não aceitamos como nosso, e perdemos nosso precioso tempo lutando contra o que não somos, contra o que o outro nos fez parecer ser... O que somos de verdade? Somos advogados de nós mesmos, numa defesa desesperadamente angustiante e sem saída da vida que, estagnada no banco dos réus... para todo o sempre... não vê luz, senão a limitada esperança de provar sua inocência vã e sem sentido. Provar e justificar a condição humana... como se estivéssemos, a todo instante, sendo acusados de sermos alienígenas.

16 de março de 2012
Estamos fadados a prosseguir, custe o que custar... é a vida! O resto é suicídio. E perpetramos suicídios lentos, todos os dias, quando vivemos, não na vida, mas em nossas sombras... como não vivê-las? Se há escolha, eu não sei... o que nos faz acreditar que decidimos alguma coisa, se a todo instante somos influenciados em nossas decisões? Quem está realmente decidindo alguma coisa? Somos livres para aceitar as alternativas que nos oferecem... no horizonte limitado de ser ou ser o que nos impõem. E se a dançarina desistisse de dançar em sua queda... e se ela decidisse, a partir de então, voar? E se ela deixasse o palco, contrariando todas as 'verdades' que determinam que ela deve levantar e continuar dançando... e decidisse voar...? E se o público que a via como uma deusa, agora não mais, por causa de sua queda, desse as costas ao espetáculo, como de fato se faz quando se espera tanta perfeição?
Me faz refletir essas questões... as consequências conscientes e inconscientes nos limitam nas decisões...
A dançarina não pode deixar o palco sem sofrer dolorosas consequências, mas o público pode deixar as cadeiras quando bem entender, deixando toda a culpa com a performance da dançarina.
Dançar não é para todos... no palco da vida se está suscetível a reações inesperadas da platéia, dos apenas expectadores...

18 de março de 2012
E que dilema! Penso que em determinados períodos, nós seres humanos, somos obrigados, quando já cansados de tanto 'resistir' (esgotados pela luta), a deixar que o acaso nos leve, até que recuperemos nossa autonomia (ilusão de controle). Nesses momentos de fragilidade, o sujeito fica vulnerável (não consegue pensar), só consegue sentir a dor de sua existência, não consegue aceitar a condição humana... acredito que é nessas horas que vamos as compras, comemos mais do que necessitamos, fumamos um cigarro, bebemos uma cachaça, matamos outro ser humano, usamos drogas, vamos a uma igreja... etc... tudo para negar a nossa frágil condição humana e virar as costas para a vida como ela é. Buscamos um 'além'... porque ser humano é doloroso e frustrante demais. E é quando ser humano parece ser pequeno demais, que nos tornamos desumanos, anti-humanos... "celestiais" ou "diabólicos"... é quando o medo e a insegurança nos guia... porque o medo é que move o homem a buscar suas "verdades", segundo Nietzsche, se não me engano.

É nessas horas que o sujeito delira, aceita sem questionar hierarquias, superioridades... pensa até que é uma ser superior, ou inferior... nessas horas o sujeito se torna "normal", quando desiste de si, e se submete a uma instituição que dá a ilusão de proteção... é nessas horas que o sujeito constitui família (mesmos sem amor, "porque amor vem com o tempo"), insere-se em religiões (mesmo sem 'fé', "porque a fé vem com o tempo"), acredita cegamente em qualquer filosofia (mesmo sem entender, "porque só se entende na prática")... e o conforto dessas instituições é que mata o homem. São infinitas as opções para se ser um louco normal. Já ouvi dizer que medo é falta de fé... acho isso meio que óbvio. O covarde é quem tem medo da morte, então, podemos incluir neste grupo noventa e nove por cento dos seres humanos, todos aqueles que acreditam que a vida não é aqui e agora, todos aqueles que acreditam que isto aqui é só sofrimento, todos aqueles que acreditam num munto idealizado, que não este... todos os que acreditam que somos imperfeitos... Não somos imperfeitos! Somos perfeitos em nossa humanidade.
E ser humano é ser assim... "o que não mata, fortalece"... "Deus morreu!" ... "Sem musica a vida seria um erro" ... o mito da caverna não estava certo, alias não há um 'certo', não há um mundo ideal. Não estamos enxergando somente as projeções na parede da caverna. Não estamos no escuro... "A religião é o platonismo do povo" e, o mundo deveria ser interpretado pela arte, a saúde deveria ser cuidada pela ciência (não pela política, ou pelo capitalismo).
Quanto as incertezas, quanto ao pensar, quanto ao duvidar... essas são qualidades humanas, enquanto houver pensamento, dúvida e incerteza haverá humanidade no ser humano. Enquanto o sujeito puder questionar, ele estará existindo. Viver para o que ainda não se é, é um erro.

Bom, ser claro não é meu objetivo. Tudo é refutável, incluindo minhas "convicções"... espero não ter fugido muito ao tema.


Cristian Steiner Molina

Associação quase livre no Divã da Dra. Juliana
Texto composto por comentários feitos no blog Deusas no Divã
Comentários nos posts: "Aquilo a que você resiste, persiste" Carl Jung e Dançando no teatro da vida

sábado, 17 de março de 2012

Retratando a alma com música - Assim não vou embora


O seu olhar me fez perceber...
Que eu gostava mesmo de você.
A sua voz me fez perceber...
Que quem eu queria era você.

Quando estou olhando pra você...
O tempo Passa e eu nem noto.
Quando você está por perto...
Eu não consigo nem me mover...


Me dê um beijo!
Me dê um beijo!
Me dê um Beijo
Ou, então, me dê um fora!

Me dê um beijo...
Me dê um beijo...
Me dê um beijo...
Me dê um fora!
Mas não sorria...
Porque assim...
Eu não vou embora.

Você não é nenhum entorpecente...
E já confundiu a minha mente.
Eu quero mesmo é me viciar
Na tua boca, no teu corpo em teu olhar.

Me dê um beijo!
Me dê um beijo!
Me dê um Beijo
Ou, então, me dê um fora!

Me dê um beijo...
Me dê um beijo...
Me dê um beijo...
Me dê um fora!
Mas não sorria...
Porque assim...
Eu não vou embora.

Quando estou dormindo..
Eu sonho é com você.
Quando eu acordo...
Ainda consigo te ver.
Quando olho sua mão e não vejo aliança...
Aumenta ainda mais a minha esperança.

Me dê um beijo!
Me dê um beijo!
Me dê um Beijo
Ou, então, me dê um fora!

Me dê um beijo...
Me dê um beijo...
Me dê um beijo...
Me dê um fora!
Mas não sorria...
Porque assim...
Eu não vou embora.


Postado em 23/01/2011, na coluna "A Música de Dentro", no Retratos da Alma... 
http://retratosdaalma.com.br/cristian-s-molina-a-musica-de-dentro/assim-nao-vou-embora-por-cristiansteiner/ 

Estranha ao explicável

E naquele olhar que me interroga a alma, 
ela me põe no chão...
e me devora.

Havia algo naqueles olhos
que gritavam um vazio impreenchível,
ela simplesmente olhava o horizonte.
Ela doía nesse olhar em desesperança.

E o fato de entender aquele nada
que havia em seus olhos, a confortava.
Eu também enxerguei meus nadas.

No silêncio que imperava,
em nossos toques indecentes,
nossas mãos falaram nossas urgências
e nossas bocas mudas disseram tudo.

Nossos dentes, nossas línguas
    e pescoços
        e orelhas
conversaram uma outra língua...
estranha ao explicável.

Seria apenas uma caminhada...
ao redor do nosso campo
de nossos sentimentos mais escondidos...
e nossos silêncios falaram alto demais,
impossível não escutá-los...
sem mais.

Cristian Steiner Molina

Imagem da web
 

quinta-feira, 15 de março de 2012

Retratando a alma com música - Tocar Outros Caminhos


Tocar Outros Caminhos
Letra e Música: Cristian Steiner Molina

Tocar outros caminhos, outros ninhos, descarrilar.
Respirar outros embaraços,
novas emoções

Amanhecer outros lugares, mares, brilhar.
Naufragar, amar e se afogar...
noutras embarcações.

Beber novas melodias e bares e cantar.
Morder o mundo todo e abraçar...
outras canções

Abandonar tudo esse nada e com tudo esvaziar
Fugir desse refúgio que é prisão...
de boas mães


Ouvir a terra seu compasso lento ao descansar
Abandonar o esquecido-lembrar...
das confissões.

Entrar pra fora e ser em desrespeito ao popular.
Pisar no ar do abismo agarrando...
as ilusões

Ganhar o possuído o doando a quem passar
Lembrar no sono bom de sonhar...
novas paixões.


Uma palhinha...

Agradecimentos especiais ao Retratos da Alma.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Queda



Sem musica a vida seria um erro... disse Nietzsche. A Música é a própria vida, não para. E se ele também disse que não acreditaria num deus que não soubesse dançar, também seria um erro acreditar num deus que não soubesse cair...
...levantar e continuar dançando, porque viver é dançar, nem sempre conforme a música que quase sempre é perfeita.

Cristian Steiner Molina

...de um comentário no blog Deusas no Divã.

domingo, 11 de março de 2012

Singer


Ele fez guerra como um idiota
com seus amigos bêbados
que ela suportou
por um eterno tempo
somente para sempre ser traída... 
e por fim, abandonada...


Porém, a Singer foi muito forte
A Singer sobreviveu a doçura dela


Ela sobreviveu, porém não sem costurar
Os retalhos esfarrapados, deixados por um covarde.


Cristian Steiner Molina

sábado, 10 de março de 2012

A reencarnação do gato branco...

- oi

- oiiii como vai? vc ta aí?

- oi. estou bem e vc? te liguei hj, deu caixa postal

- me ligou, q horas?

- no comecinho da noite

- NAO VI RSRS... Porque nao vi? humm. Eita, nao to encontrando meu celular rs, A minha ex cunhada, pegou pra fazer uma ligacao, mas nao sei onde ela colocou, mas isso foi agora a pouco

- kkkkk

- vou ver mesmo se tem alguma ligacao, sua.. rs

- rs... tem sim

- só um minuto, ja volto. Oi, é realmente vc me ligou...

- sim, eu não sei mentir... não sei mentir direito kkkk

- kkk neh

- então... o que faz?

- eu estou assistindo um filme, e tbem no face rsrs... e vc?

- estou ouvindo minha mãe, e no face...rs... Que filme está assistindo?

- Sete anos no tibet

- Preciso assistir uns filmes. Faz tempo que não paro pra isso

- rsrs

- não gosto de assistir só

- rs... por que?

- porque gosto de assistir junto

- junto.. como assim? kkkk

- junto com alguém... pra comentar depois

- ahhhh tah rs

- e tambem pra sentir as emoçoes juntos, e se rolar um sentimento mais forte... aí... vai pra prática
tipo um toque...

- kkkkkk

- tipo um beijo, um beliscão ou uma mordida

- hummm, sei.. kkk

- ou um sorriso apenas, ou sei lá, sei lá o que... até que dê vontade de assistir um filme sozinho,
novamente...rs sou louco não? rs... sou metido a poeta... por isso. Vou fazer uma poesia com isso que escrevi
postar no blog.... L.?

- vai postar agor?

- pode ser, tenho que ajeitar


- EU TAVA FALANDO COM MIONHA MAE RS ELA ESTAVA AQUI NO MEU QUARTO... deixaram um gatinho filhote, aqui em casa, a minha mae quer ficar com ele rsrs

- fica com ele.... sinto falta dos meus gatos... agora só tenho cachorros e uma sabiá

- rs

- eu tinha uma cobra tb... mas ela fugiu

- eita kkk

- está em algum lugar no meu quintal

- aiaia

- faz quase um ano que ela fugiu

- kkk

- era uma Corn Snake

- rs... o ano passado nós perdemos o nosso gato, ele vivia com a gente a 6 anos, mas ele morreu de cancer, tivemos q sacrificar, pois a cirurgia foi em vao

- meus gatos fugiram, todos... tinha uma gatinha siamês... que ficou muito tempo com a gente... depois não me lembro o que aconteceu

- o nosso era todo brsanco liiiindo... ops branco

- nossa... é bonito, gato branco

- e vc nao acreditA

- essa siames pegou cria uma vez... e saiu tres gatos pretos

- ele era gordo e preguicoso kkk

- a gente criou eles... mas algum vizinho deu veneno pra eles... mataram os três no mesmo dia

- ai q dó

- o pessoal aqui não gosta muito de gato... faz tempo que não vejo um gato na rua... só cachorro abandonado...

- vc acredita, q o filhotinho q deixaram aqui.. é todo branquinho.. a minha mae pirou kkk pois ela era apaixonada pelo o nosso gato

- credo

- rs

- o credo não é pro gato

- kkk é eu sei

- que legal... é a reencarnação do bichinho... rsrs

- kkkkkk

- kkkkk vou sair, querida... preciso relaxar e dormir... você não me convida pra assistir um filme mesmo se tua mãe não querer o gatinho, eu quero. Amanhã posto a poesia

- kkkkk um dia eu te convido pra uma sessao cinema kkk... ok amanha eu vejo a poesia

- beijos, boa noite!

- bjoss, boa noite

quinta-feira, 8 de março de 2012

Sentidos in-sensíveis


Serei no amor
só de manhã, o café
laranja em gotas
maçã e amor
e a doce paixão, amarga

o gosto do arroz
sal na medida, não sem
de noite um beijo
chá de cidreira
dormir um sonho
a manhã na cabeça

sentir água que necessito
sem gosto, nem cheiro e nem cor
que nem amor...
insensível a muitos sentidos
somente o coração sente...
sentida na alma, tranquilidade.


Cristian Steiner Molina

*Imagem da Web

segunda-feira, 5 de março de 2012

Morrendo de amor

Ele morreu mais uma vez quando ela o deixou,
quando ela se cansou, mais uma vez, só olhou
com aquele olhar de quem não mais adora
uma lágrima correu do rosto até a boca que disse,
trêmula... Vá embora! Com todos os seus diabos, vá agora!

E calou sua voz que nada mais havia a dizer
ela decidiu por ele e o mandou embora
disse se afaste pro seu próprio bem,
porque o bem dela era mal dele,
era um bem que matava todo dia um pouco...

Mas ele morreu mesmo assim...

Pro seu próprio bem, ele morreu...

Disse ela pra que ele fosse pro inferno ver se ainda lá havia lugar
lá no inferno dos que não sabem merecer uma mulher
Disse, pro inferno todo infeliz que não soubesse amar!
tão secamente, findou o que era eterno, nem coube a ele chorar

Tão triste e só, depois, nos braços de outra qualquer
aprendeu que o amor é muito mais que rastejar
e fez amor com intensidade com aquela qualquer
tão amante, renasceu no colo dela, e ela provou,
ele já renasceu sabendo amar...

Cristian Steiner Molina

Do fundo do meu coração - Adriana Calcanhoto

sexta-feira, 2 de março de 2012

Retratando a alma com música - Também só passei


E junho se foi...

Foi bater pernas...
Foram dias lentos...
De horas eternas...

O todo voou
Como o que pensei... há pouco.. há instantes...
Um adeus ecoou
Baixinho... Nem notei... Dissolveu-se o antes...

Nem me lembro...
Também só passei.
Logo é dezembro.
Por que eu não sei

...é que eu também só passei.

Cristian Steiner Molina



Agradecimentos especiais ao Retratos da Alma.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Sobre a In-fidelidade do amor... Alguns pensamentos...

A fidelidade é uma ideia vaga quando é, também, uma cobrança.

No início, a insegurança de um é a paranoia do outro e, depois, não é amor, é doença. 

Confiar as cegas é uma conquista, é o piloto automático do amor, e é para viagens longas apenas, nas pequenas é melhor desconfiar.

Se a fidelidade é tão difícil, é melhor que sejamos infiéis assumidos, assim podemos nos amar em paz.

Um caso ocasional é passional.

Amor não é paz, não é guerra, nem equilíbrio entre dois seres que se esgotam demais.

Estabilidade no amor, é voar com os pés enterrados.

Uma relação de amor e ódio é um mal necessário para quem só aprende sofrendo.

Amar se aprende amando.


Cristian Steiner Molina





terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

A vida é triste

A vida é triste
E há uma beleza
na tristeza
que alegra.

A vida é bela
E há uma tristeza
no belo
que alegra

A vida é sorrir
e o sorriso se confunde
a um desespero
que alegra

A vida é assim
é triste,
alegra.
A vida é bela
e é triste
para quem existe.

Cristian S. Molina

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Xadrez



Eu sei algumas regras do xadrez, o que me possibilita de jogar como passa-tempo. Meu parceiro/adversário/professor me diz que eu não presto atenção no tabuleiro e dou pouca importância aos peões e, eu penso "quem disse que não dou importância aos peões? Eu jogo e quase choro com a perda de cada um". Quanto ao tabuleiro, eu tenho certeza de que ainda não aprendi a usá-lo, mas eu sigo as regras. Meu parceiro/adversário/professor diz que eu preciso ler um livro sobre o assunto, para que eu entenda o jogo em sua totalidade, e saiba que xadrez se joga com todas as peças, com o tabuleiro e com o adversário.

Cristian Steiner Molina

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Cefaleia

A cabeça trava
na angustia paranoica
de uma ressaca de realidade

e os lampejos de sabedoria
já não iluminam esse caminho
de teorias tantas
se fazem fazias

é apenas um estado
é apenas parte do processo
transcender nesse mundo é algo raro

a selvageria dói nos cinco sentidos
palavras que matam aos poucos
no valor que se dá ao superficial

um rótulo vale mais que mil conteúdos
o estigma sangra diante da cegueira
do mundo para consigo mesmo.


Cristian Steiner Molina

sábado, 21 de janeiro de 2012

Revoluções

Alguns dizem que quem salva é um Deus,
Outros, numa filosofia, salvaram-se Ateus,
E há os que de poesia o coração encheu
Na poesia descobriu um Deus que sempre houve
É com poesia que se inicia uma revolução no espírito.

Cristian S. Molina

domingo, 15 de janeiro de 2012

Por amor

Foi por amor?
Então está tudo certo!
Desde que você reconheça seus próprios exageros...

Cristian S. Molina

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Meio cheio

Toda aquisição trás com ela, também, perdas. E, depende do estado da pessoa, para enxergar um copo meio vazio ou meio cheio. Espero que você esteja percebendo a água que tem para beber.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Amor de bolso


Um amor acho que é isso...
Ela me deu de presente
disse pra andar com ele
no bolso... Sempre.

Cristian S. Molina