quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Sem sentido

Perco-me num breu com esses demônios meus
Fecho e abro os olhos na esperança de enxergar
Uma trilha, um sentido, um destino... um brilho
Ou qualquer bobagem que me tire essa horrível
Sensação desnorteada de um errante esvaziado
Choro em desespero para em vão buscar entender
Buscar um motivo para todos esses caminhos tortos
Eu quero um insight, eu quero que tudo isso faça sentido
Por que essas voltas, esses mergulhos, esses abismos?
Por que tantas experiências esmagadoras? Por tantas mortes?
Por que eu sobrevivi a essas mortes?

29 de novembro de 2011
Cristian S. Molina

Pão e circo

Observando as notícias cotidianas das quais se trocam os personagens, mas a história continua sempre a mesma... é um escândalo em Brasília, assassinatos bizarros, prisões de quadrilhas de policiais, quadrilhas de políticos - e pergunto-me duvidando de minha memória "mas estes já não haviam sido presos?". Outras mesmas noticias sobre manifestações num país dominado por um ditador, e a hegemonia "achando pelo em ovo" pra invadir mais um desses países que transbordam o ouro negro, outro louco atirador que pega uma arma e sai matando todos que vê pela frente, mais um artista polêmico que morre de overdose, novas Leis de trânsito, criminais, discriminais, trabalhistas, um novo aumento exorbitante para os nossos "digníssimos" representantes. Volto o olhar ao meu cotidiano e me assusto com o um novo imposto criado e já atrasado que terei de pagar com juros e multa diária. Olho a minha volta e as pessoas estão correndo para não atrasar em seu segundo, terceiro ou quarto emprego. E o Estado cria um turbilhão de programas assistencialistas que não resolvem porra nenhuma, para justificar o uso dos nossos impostos pagos. Como aquela velha história de cestas básicas - garante-se o voto daquela grande maioria oferecendo migalhas. Eles mudam os tais nomes para programas de "desenvolvimento e blá blá blá" mas criam nosso povo num sistema racionado e condicionante que transforma nossa gente num bando de zumbis ou em ratos de "caixa de Skinner" tendo que puxar aquela alavanca uma centena de vezes para receber um pingo d'água que mantém a esperança torturante que a sede acabará um dia. E a corrupção corre solta por todos os cantos de qualquer departamento público, privado, ONGs, entidades religiosas... Tudo! Em todo lugar tem gente metendo a mão e aproveitando as “oportunidades” da vida. E fica tudo por isso mesmo porque todo mundo tem "rabo preso" com todo mundo e, quem não tem, tem os espetáculos e as migalhas do pão.

Cristian S. Molina

sábado, 26 de novembro de 2011

Em Pedaços VIII - Vã Esperança

E ele - pensa ser o único
e dela espera eterna espera -
nem a ela manda flores.
Um dia, ela, pela seta

do amor sangrará sem
dor, por um bom rapaz
de amor tenaz e aquele
outro ficará para trás.

Cristian Steiner

Leia Até quando? por @melgacotati -  no Retratos da Alma

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Onze e tantas

Acordo às onze e tantas,
abro a janela e olho às plantas...
hoje será mais um grande dia,
vejo a alegria que também levanta.

Cristian S. Molina

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Gritos mudos de dentro

É esse caos,
o barulho do mundo,
os gritos mudos desse mundo bizarro que nos enlouquece...
pra onde se olhar,
estará lá o sofrimento,
costumeiramente pra dentro.
Excepcionalmente no outro,
ao vento,
o sofrimento não dorme ao relento,
só dentro.

Cristian S. Molina

Leia Coletivo Revolucionário.

domingo, 20 de novembro de 2011

Anjo

Um anjo hoje me veio
e disse: acorde!
E acordei
aos acordes da música
que sempre cantou minh'alma
mas eu vacilava
e atenção não prestava,
não ouvia mas hoje ouço-a clara,
porque o anjo me disse que essa musica é rara.

Um anjo hoje me veio
Me disse que a vida
era muito mais que aquilo
que eu achava que era tudo.
E eu enxerguei meu tudo que não era nada,
e aquilo que pra mim não era nada ele decretou que era muito
e ali estava minha vida. A minha vida estava num nada que era completo.

Um anjo hoje me veio
examinou minha alma dilacerada
e jogada num canto
e disse que aquilo era tanto, ele me disse tanto
disse que aquela alma precisava sentir o calor do sol,
mas era noite e só havia a lua, as estrelas e um vento gelado
e o anjo me cobriu de luz

O que anjo hoje me veio
me disse que eu estava muito abatido
e acolheu-me sob suas asas me confortando
me disse que eu não precisava ficar aflito
porque ele entendia tudo o que eu estava passando


O anjo me disse que o passado passou
e decretou que a partir daquele instante
eu só era presente e futuro.

Um anjo me disse
que não havia problema nenhum no fato de eu não acreditar nessas coisas celestiais,
ele iria cuidar de mim da mesma forma.

O anjo que hoje me veio,
veio pra ajudar a enxergar minha alma...
e ele recitou a poesia que havia pra eu escutar e acreditar nela.

O anjo que hoje me veio, trouxe-me uma paz que eu nunca tive.

O anjo que hoje me veio,
apareceu de repente,
mas de repente não foi embora.
O anjo e eu vivemos o presente.

O anjo me curou!
Me tirou todo ódio,
me fez perdoar quem eu jamais perdoaria,
me livrou de todo rancor que aqui havia.
E fez com maestria e permiti com sabedoria.

Cristian Steiner Molina

Nosso exato momento é qualquer hora

Eu também não queria
que acontecesse nesse momento.
Mas foi mais forte que eu
essa tua boca tão perto.
E logo que já está feito
que mal teria eternizar esse instante.
A gente esperou por tanto tempo
um momento perfeito.
Mas veja só a lua, as estrelas...
veja esse vento gelado que nos obriga ficar abraçados
veja como o um momento qualquer como esse se faz perfeito
pelo simples e inacreditável fato de estarmos juntos.
Você entende a língua que fala todo o meu ser
e não preciso traduzir em palavras o que sinto,
e só por isso, eu não vou dizer que te amo.

Cristian Steiner Molina

sábado, 19 de novembro de 2011

Em Pedaços VII - Posse da Posse

Esse amor escravizante...
Acostuma-nos a essa condição
e, quando sem amo...
sem dono,
também sem nós mesmos.

Penosa necessidade nossa de cada dia.
A posse possui? Ser posse ou possuir?
A posse das posses és tu
Que só pelas posses consegue existir

A posse és parte de ti
e tu és parte da posse.
Vê se pode! a posse possui o empossado
E o empossado apossa a posse de ti.

Ah... como eu queria ser um inteiro.
Ah... como eu queria que fossemos dois inteiros.

Cristian S. Molina


O texto Desejos e Pesias da querida amiga e poetiza Claudia Costa, no Jardim dos Girassóis, inspirou essas palavras. Leiam!

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Vida Corrente

Igual a água
a traçar seu caminho
na rocha
muito lentamente
A vida cava o seu lugar
A água atravessa a rocha.
A água chega onde quer chegar.
Há vida! Há sede…

A vida sobe o céu,
desce o rio,
chega ao mar.
Está nas tempestades
e no vapor a queimar
Nossas peles em relativa umidade do ar
Cativa a humanidade a doar
Vida.

Cristian S. Molina

Em inspirações desencadeadas por Instantâneo, poesia de Leonardo Valesi Valente.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Nossa linguagem telepática

Já se foi a aurora e a essa hora
não tem mais escolha.

Se você se rende,
te prendo,
e te trato a poesia, água e pão.
E que o flutuar nos faça rimar
Eu amo você, poesia!
E que o olhar denuncie o sentimento.


As rimas que sinto
não podem ser escritas nem ditas...
porque não há nesse mundo
uma linguagem tão bonita.


Um esfrega, um cortejo, uma flor...

Não é um simples toque,
é um gelo, é um choque.


E quando uma palavra rima com a outra,
é um beijo.


Ouça o meu toque, meus sinais
Poesia não se lê, se ouve.


Cristian S. Molina

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Fortaleza

Fantástico! A hipocrisia é farta!
Na agonia das profundas angústias
reconheço meu grande mal...
minha velha mania de aceitar tudo sem dizer um 'a'.

Mas eu vou sobrevivendo
e tento não me enganar...
não me curvar para um tipo que não sou...
a vida é mais que servir..

na hipocrisia que não desce a garganta,
nas belezas impostas como santas,
não adianta...
esse não é meu ideal...

eu caminho com meu passo frio
e sinto de longe o calor que me espera,
não desespero...
sou por muito considerado um homem de gelo..
e só o calor do amor transforma esse meu estado.

só comigo anda nesse caminho,
quem tem peito pra acreditar em mentiras,
refutar suas verdades e inventar um mundo menos inventado.

Odeio concordar com o que não acredito.
Amizades fazem isso.
E pra concordar tem que ser muito amigo...
Alguns amigos fazem com que nos sintamos péssimos.

Nada foi tão bom na vida,
como estar na situação de aceito,
sem nada precisar mudar.
Sem padrões para se adequar,
porque não há regras que a todos possam agradar...
Mas se tudo funciona assim,
eu também não aceitarei o que é pior pra mim...
esses seres regrados a me questionar...

tenho minhas próprias asas para voar,
às vezes fraturadas pelos tombos
nos abismos que a vida teima em me jogar,
mas eu sempre pude me restaurar...
eu sempre volto a voar.

Cristian S. Molina

terça-feira, 15 de novembro de 2011

#SarauBrasil Amor e Morte por @cristiansteiner

Se me chamou o amor, venho correndo com minha flor

Sem muito cobrar o coração vive a sangrar pelos pedaços

que há de arrancar para o cheio vazio esvaziar

poema é a boca dela... que é gostosa... que é bela.


De longe eu morro a cada olhar teu...

eu vivo para o beijo que me prometeu.

aniquiláveis prantos,

só amores incuráveis

nossos beijos que se agarram...

se amarram entre dentes...

línguas...

e esta minha barba mal feita


São meus medos...

enredos mudos pra tudo que não se vive.


Sem norte, mas com muito amor.

em rima, minha esgrima contra a dor

quando perdi o norte,

ainda bem que tinha meu verdadeiro amor

quando perdi o norte,

pensei que fosse falta de sorte, mas era um anti-morte

quando perdi o norte,

para me segurar, não havia um Deus tão forte

E quando encontrei meu norte, encontrei também a morte

Encontrei a morte,

e ela me disse e voz forte

que se chamava amor,

e nela encontrei suporte.

Meu amor, eu morri quando nos amamos.

Meu amor, fomos para os céus quando nos amamos.

Quando nos amamos,

meu amor,

nós morremos para esse mundo...

transcendemos pobres mortais.. morremos

Não fosse aquela flor, quando eu morri, quanta dor!


Cristian S. Molina

Idos Dias

Por @cristiansteiner e @leovalesi

Um dia que a poesia não veio me ver.
Vieram as folhas em branco,
penas sem tinteiros...
Um dia de uma fé perdida.

Um dia esqueci dos versos,
fiz atalhos com a minha dor.
Fiz das lacunas
um resto de vitória...
Uma vida que a escolha doeu.

Era o dia dos monstros
com quem lutei...
Que de tanto lutar,
um deles me tornei.

Naquele dia, havia a vida
do que temi.
Não quis o fim
de quem se esquecia.
Pude menos o sonho
que apaguei.

Cristian Steiner Molina (http://ocotidiano-cristian.blogspot.com/)
Leonardo Valesi Valente (http://lioh.arteblog.com.br/)

sábado, 12 de novembro de 2011

Em Pedaços VI.I - Azul Catarse

Pelo mar azul...
pelos olhos teus
naufrago
Ouço tudo deles
alieno
na catarse

Catar-se
as asas
céu azul...
encantar-se...
na catarse

Nos olhos,
o azul
um labirinto...
embrenhar-se
na catarse

Perder-se...
encontrar-se...
entender-se...
na catarse.

Cristian S. Molina

Em Nostra Dolce Vita, inspiro-me ao ler, fascinado, aquelas mulheres. Vale a pena conferir "Quando Te Vejo", um texto de @ritaschultz .

Em Pedaços VI - Sereia

Sereia das profundezas da sensibilidade...
Das pedras pernas em minhas encostas encostadas
Seria falha... falta de asas expostas a sua intimidade...
Ou esconde tuas asas por medo de voar embalada...
Voa sereia... voa... vem pra poluída cidade
Depois dance e cante sobre o mar devassada.

Cristian S. Molina


quarta-feira, 9 de novembro de 2011

A Cordinha

O negócio é cortar... acordar
Cortar a cordinha da ancora...
deixar passar o tempo
depois voltar...
dar cordinha...
Eu acredito nas ancoras!

Elas podem aprender a voar,
E a ajuda que posso dar
É cortar a cordinha...
Cortar a cordinha da ancora
Elas só podem aprender a voar
Se olharem muito honestamente
A si mesmas... Sozinhas.

Não posso deixar de voar
por uma ancora que não queira ser leve
por uma ancora que não consigo comigo levar...


Não posso deixar de voar
por ancoras que não posso suportar

por ancoras que não queiram comigo voar.


Cristian S. Molina
Uma ancora que aprendeu a voar...

Feito a partir de um comentário para O que se quer? texto de @Marilia_SL no Retratos da Alma. Confiram!




domingo, 6 de novembro de 2011

Levanto do Olhar

Um olhar fala tanto,
enxuga o pranto,
acolhe em manto.

Encanto, um olhar
Um encanto...
Tira-nos d'um canto
par'um doce recanto
enquanto...
levanta e leva-nos...
levanto o olhar...
Curando o leviano olhar...
Levanto.

Cristian Steiner Molina

Feito a partir de um comentário no blog Astropneumóvel: aprendiz na ausência - O universo reside sem lugar na presença da falta 

sábado, 5 de novembro de 2011

Em Pedaços V - Estou agora e sou aqui!


Aqui e agora
caminhando
estou.
Movimento sou.

Pretérito
foi trajeto
que me moldou.

Futuro não sei...
lá está
o que não saciou,
serei isto ou aquilo,
nem pensei,
nem sei se pensarei,
eu vou.


Cristian S. Molina

Meu corpo cindiu com minha alma e esta foi visitar o Corpo Cindido de Rita Schultz.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Uma graça

É o jeito dela,
de fazer dos erros uma graça
- ela cai, levanta e nem disfarça,
e nem liga pros olhares de quem passa -
é assim que despretensiosamente ela me laça.

Cristian S. Molina

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Será que é comigo?

É comigo!
É comigo!
Eu digo,
Meu amigo,
Será que é comigo?
Não consigo ver sentido.
É contigo!
Ela está a te olhar.
E esse olhar é um perigo
É contigo!
Ela está a te piscar.
Olha só que que figo,
Olha o umbigo!
O umbigo desvestido!
Olha a libido... a libido!
Ou será que é comigo?
Comigo ou contigo, amigo?
Amigo?

Cristian S. Molina