domingo, 18 de setembro de 2011

Resiliente


Quando penso em resiliência, logo imagino a força de atravessar as adversidades - não sem sentir - e sobreviver. Sobreviver a elas e tocar a vida pra frente rumo aos sonhos.

A lua não é constante, não é estável, e seu estado minguante é um sinal de que logo será nova.. crescente… e renovadamente cheia de amor e beleza. A lua é resiliente por atravessar as fases e continuar sempre a nos encantar, sem fugir do seu minguar.

Muitas vezes a vida parece uma sucessão de erros. Sucessão de mesmos erros. E observou mal a vida quem acreditou não ter levado desses erros nada de bom. Só conseguiram ver os erros, nada mais.

Eu não quero me adaptar a esse mundo, pois isto significaria fazer como a grande maioria das pessoas, aquelas que vivem de uma maneira muito comum a praticar o “jeitinho brasileiro” em tudo. Me adaptar seria como a ideia do “se não pode com eles, junte-se a eles”, seria como deixar-se banalizar, como tornar-se indiferente ao que acontece ou deixa de acontecer ao nosso redor. Resisto sem saber de onde vem tanta força. Viver é assim mesmo! Não é por adaptação que se sobrevive, é por sorte mesmo… por Deus… ou por qualquer outro conceito de coisas sem explicações, qualquer conceito que não seja o de adequar-se ou conformar-se ao que nos é imposto.

Resiliência não significa adaptar-se e viver junto ao mal sem sentir-lo. Resiliência significa passar por essas situações e por esses meios e conseguir sair… sobreviver as demandas da vida e se permitir fazer o novo. É sair do contexto decadente sem se deixar abalar pelas lembranças culposas e definitivamente transcender-se.

Cristian S. Molina

"A vida ficou fácil pra mim, e tanto mais fácil por exigir de mim o mais difícil."  
(F. Nietzsche em Ecce  Homo)

sábado, 17 de setembro de 2011

Beleza que Cala



Beleza que cala
Amor que não se explica
Alma que permite ser querida


Sabe quando a beleza cala e deixa-nos paralisados a apreciá-la? É isso que acontece agora. Éh… Ela me paralisa e cala quase sempre. A beleza das coisas, dos gestos e atos divinos. Como admiro essa arte de colocar calor na alma do outro. Admiro quem tem essa capacidade.

Um choro intenso, leve, breve e carregado,
Carregado em braços e ombros de alegria,
Mais que tudo em lágrimas arremessado,
Doces lágrimas abismadas de poesia.

Um rizo molhado
em choro corado,
De que se andou
por esse mundo realizado,
Valeu a pena...
a luta ...
valeu ter errado.

Valeu o caminho
no peito feito
e rasgado,
Valeu o chorar
desesperançado,
o superado,
Engolir a água dos olhos,
 desesperado.

Um poema que vem como a brisa,
Bate no rosto e refresca a vida,
Repousa na pele leve e desliza,
Até que a alma se permita querida.

Sem muito entendimento,
Leio gostosamente....
Entro entre as entrelinhas
E sinto sem muito entender

Eu sinto prazer
Em te ter frente aos olhos
O que não é preciso explicar

Há coisas que estão e são incompreensíveis
E ainda assim
Perfeitamente aceitáveis
Porque são coisas de se sentir

Como o beija-flor
que só o gosto doce da seiva sente
e pela flor sente amor
Ama sem entender tão grandioso amor.

Cristian S. Molina

***
E se nao for valeu
E se já for, Adeus
O dia amanheceu
Levante as mãos para o céu
E agradeça se um dia encontrar

Um amor, um lugar
Pra sonhar
Pra que a dor possa sempre mostrar
Algo de bom...

Musica: Os paralamas do Sucesso - Um Amor, Um Lugar [Acústico MTV]

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Ler

Faz parte da minha recreação ler tudo: consequentemente, ler aquilo que me livra de mim mesmo, que me deixa passear em ciências e almas desconhecidas - aquilo que eu não levo mais a sério. Ler me relaxa de minha própria seriedade.
Em tempos de trabalho profundo não se vê livro algum em volta de mim: eu me guardo de deixar alguém discursar ou até mesmo pensar perto de mim. Pois isso significaria ler...

Nietzsche em Ecce Homo p.51

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Dias como hoje


Ressignificar a vida...
Sentir-se capaz novamente...
Abrir as janelas da casa...
Não em dias como hoje.

Em dias como hoje,
o prazer está na inutilidade.
Aos vinte e nove anos de idade,
em dias como hoje,
tenho a sensação de ver no mundo 
toda aquela mesma e deprimente futilidade
que enxergava há duas décadas atrás
Eu só percebia no mundo a má vontade.

Não atender e deixar tocar o telefone até desistir,
Deixar o carteiro chamar até se cansar e sumir
e permitir que o mundo aconteça sem intervir
O que faço em dias como hoje é não existir.

Definitivamente nada,
é a meta do dia em dias como hoje,
não se mover..
Sentir-se neutro no mundo...
Não ser.

Em dias negros como hoje
O sol lá fora é demasiado aversivo
Aversão nauseante a tudo o que é gente.

Em dias como hoje,
eu levanto da cama tarde
Para não viver desnecessariamente.

Cristian Steiner Molina

Dos erros que nos matam

As coisas que realmente importam são frágeis e fáceis de quebrar, quase imperceptíveis quando se possui e tremendamente notáveis quando faltam. É o sentir-se indigno de tudo por um erro que torna esse erro fatal. Esse é o fatalista. O fatalismo é a maior miséria do homem. Quando a sombra toma conta do ser e nos vemos mórbidos e frios... Quando vem um fim nos assombrar, percebemos que é só o fim de um começo, a vida ainda corre forte e isso não nos deixa nem um pouco felizes. Todo homem tem a sua sombra. Quantas mortes cabe numa vida? Quantos erros fatais cabe numa vida? E quantas mortes de si mesmo se pode suportar? E tentamos nos confortar... um erro muitas vezes nos mata. E quantas vezes será preciso morrer para encontrar uma saída? É... erramos... outra vez. Um morrer de erros perpetuados é um erro, não apenas mais um erro. Morrer é um erro. Um erro pode ser apenas um erro. E alguns erros são fatais... ou soremos nós os fatalistas? E quando não é a vida, somos nós próprios que nos passamos uma rasteira. Todas as oportunidades que nos foram dadas, fizemos pouco caso como o pouco caso que fizemos da nossa existência. O que fazer nesse mundo agora, se nunca demos valor a nada e jogamos sempre tudo fora? E o silêncio significa o nosso instante. Mas cometer o mesmo erro mil vezes não anula a possibilidade de acertar na milésima primeira. Aumenta! Tentemos outra vez! A vida arrebenta a gente muitas vezes. Sejamos fortes! E quando se perdeu a conta das mancadas, suprimimo-nos a um eu ensimesmado e vestimos um rótulo de nada. Minguamos. Levantemos as nossas cabeças! Não cansemo-nos de nós mesmos! E como dizia a sábia canção: "não pense que a cabeça aguenta se você parar". Então, não paremos!
Cristian Steiner Molina


 "Nada mais vai me ferir. É que eu já me acostumei com a estrada errada que eu segui..."

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Vontade

"A vontade é impotente perante o que está para trás dela. 
Não poder destruir o tempo, 
nem a avidez transbordante do tempo, 
é a angústia mais solitária da vontade." 
(Nietzsche)