sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Receita de Ano Novo

"Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser,
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)

[...]

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem que merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre".

Carlos Drumond de Andrade

(Um presente de fim de ano de @elianabess)


Feliz Ano Novo!


quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Irreflexões

As atitudes irrefletidas do coração
me mostraram a falta de sentido na razão
Algumas razões nas atitudes me fizeram vilão
O que fiz por espírito arrependo-me nada não

Os riscos que corri me mostraram o que é viver
Os sofrimentos e lutas me tornaram mais forte
Os desafios me forçaram a ter coragem e crer
que viver a vida é melhor que viver a morte

Na ousadia me fiz vencedor
No reconhecimento de minhas fraquezas
...me fiz lúcido
Nos desabafos me afirmei.

Cristian Steiner

domingo, 26 de dezembro de 2010

Down em mim



Eu não sei o que o meu corpo abriga
Nestas noites quentes de verão
E nem me importa que mil raios partam
Qualquer sentido vago de razão
Eu ando tão down
Eu ando tão down

Outra vez vou te cantar, vou te gritar
Te rebocar do bar
E as paredes do meu quarto vão assistir comigo
À versão nova de uma velha história
E quando o sol vier socar minha cara
Com certeza você já foi embora
Eu ando tão down
Eu ando tão down

Outra vez vou te esquecer
Pois nestas horas pega mal sofrer
Da privada eu vou dar com a minha cara
De panaca pintada no espelho
E me lembrar, sorrindo, que o banheiro
É a igreja de todos os bêbados
Eu ando tão down
Eu ando tão down
Eu ando tão down
Down... down





sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Devaneios Natalinos

Hoje é véspera de Natal. O Quércia morreu e o vice-presidente José de Alencar está nas últimas. O twitter está bombando de "feliz natal". Está nas TTs. Acordei de manhã, lá pelas oito com um barulho de furadeira aqui em casa. Era o cara da parabólica. Agora minha mãe está feliz. Conseguirá assistir todas as novelas que quiser e aqueles programas que ela gosta. Eu ainda não me interessei em procurar alguma coisa na tv. Minha vizinha me convidou pra passar o Natal com os familiares dela. Não quero ir por que ela fica dando em cima de mim. Minha mãe disse que a Gi virá hoje pra cá e acho que vai ser legal. Ela disse também que o namorado da Gi recusou um trabalho pra Bombril porque é contra a utilização alumínio que é danoso ao meio-ambiente e causa câncer.
Minha cachorra não quer sair de dentro de casa e fica tremendo de medo dos rojões que a toda hora soltam por aqui. Acho que ela só vai sair daqui de dentro no ano que vem. É sempre assim... na Copa, nas Finais de Campeonatos, nas festas de São João. Nem ligo mais. Tem até um quarto reservado pra ela.
Estou ouvindo La ventura, do Legião Urbana. Como é triste esse disco (A Tempestade). Que profundidade nas letras. O Renato era bom pra essas coisas. Ouvindo Leila agora. Ele também sabia ser engraçado.
Minha mãe quer que eu vá no supermercado comprar umas coisas, mas fico imaginando o inferno que está aquilo. Vou adiando.
Hoje é véspera de Natal, mas pra mim é um dia como outro qualquer.

Cristian Steiner

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Uma coisa de cada vez


Tenho um determinado tempo, que posso usar para o que eu quiser. Então penso em tudo o que preciso elaborar, fazer, arrumar e na impossibilidade de realizar um décimo de tudo isso. Tento fazer tudo ao mesmo tempo. Começo a fazer uma coisa pulo pra outra e pra outra e pra outra. Chega o fim do dia e estou exausto... Olho pra tudo aquilo que iniciei e não vejo nada concluído. Outro dia vem e acordo, mas não quero levantar da cama. Tento dormir mais, mas não consigo. Penso em tudo o que tenho que fazer e na impossibilidade de concluir naquele tempo que tenho. Fico triste. Então levanto por que já está um calor insuportável no quarto ao meio-dia. Tomo um café puro. Acendo um cigarro. E penso que já perdi meio dia e na tarde já não dá pra fazer mais nada.

Nesse último semestre, na faculdade, tinha dois relatórios de estágio pra entregar e a impossibilidade de concluí-los. Cheguei para meu orientador e disse que estava desistindo, pois estava gastando minhas energias pra nada. Ele então disse para eu desistir de um e me dedicar a apenas ao outro relatório. E foi assim que entreguei e fiquei com uma boa nota.

É preciso abrir mão de algumas coisas para que se possa concluir outras. Abraçamos o mundo e nos frustramos por ver o tempo passar e ver que nada está acabado.
Hoje talvez eu pinte meu quarto. Só isso.


Cristian Steiner

As horas que pensei em jogar tudo pro alto


No momento em que pensei em jogar tudo pro alto.
Eu cheguei a jogar, 
mas peguei de volta. 
E segui em frente. 

As batalhas dessa guerra me deixaram muito cansado.
E antes que terminasse, 
já não tinha mais forças.
Mas era só meus pensamentos.
E voltei pra guerra, 
mesmo cansado.
Enquanto respirar, 
vou lutar.

Cristian Steiner

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Meus piores dias

Como é difícil colocar aqui o que me afligi. Ultimamente tenho andado muito estranho. Está difícil viver assim. Um padrão de comportamento vem se repetindo e não consigo ser criativo e sair dessa. Vejo tudo ir agua a baixo e não consigo me movimentar. É como um sonho que sempre venho tendo. Nele estou no chão e preciso levantar mas meus membros não respondem as ordens do meu cerebro... e fico agonizando ali... até que acordo desesperado.

Cristian Steiner

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Padrões

Fico pensando o quanto os padrões da sociedade destroem a vida das pessoas. Tantas possibilidades de se ser e um bloqueio mental inconsciente impede que a vida seja vivida, que se faça algo realmente significante. Milhares de sonhos são deixados de lado por medo. Medo de seguir em frente, medo do fracasso, da desilusão. Então, o ser humano fica quieto, calado, sem iniciativa.

Por que temos que sempre ganhar? Por que não se pode fracassar? Por que temos que ser bonitos, pontuais, ter um certo trabalho, uma casa, uma família, um jardim? Por que temos que ser tão sociáveis? Por que temos que ser todos iguais? Por que todos tem que casar, ter filhos envelhecer e morrer da mesma forma? Por que não podemos ter vários amores e viver intensamente cada um deles sem ser taxados de "galinhas" sem propósito? Por que o propósito não pode ser viver aqui e agora o melhor que pudermos respeitando a individualidade de cada um? Por que não, cada um decidir o que quer fazer da sua própria vida? E as conseqüências assumidas e sentidas.... por que não bastam? Por que o louco não pode ser feliz, sem seu riso incomodar tanto?

Atravessamos a vida preocupados com o que se espera de nós e geralmente esperam tanto que a frustração é inevitável. Isso explica o imenso rebanho de cordeiros inexpressivos que não ultrapassam um limite demarcado, imaginário, por que um dia levaram um pequeno choque ao chegar perto de uma cerca elétrica. Lembrei agora de Waldem II,  segundo Skinner, a sociedade perfeita, um livro pouco conhecido até entre os psicólogos.

Por que não se pode decidir o que é básico e o que é luxo? A necessidade de um, não é a necessidade do outro! A subjetividade de cada indivíduo é ímpar, não há como decidir pelo outro. Cada um sabe exatamente o que quer, mas não realiza por causa dos padrões impostos pela sociedade.

Temos que falar apenas sobre determinados assuntos e quem tem uma idéia diferente é marginalizado, excluído da cúpula da mesmice que não quer perder o controle das coisas. Me lembrei da biografia de Kant, um perfeito exemplo Obsessivo-Compulsivo.

E aí o que resta é enriquecer a indústria farmacêutica (no caso dos Politicamente Corretos) e enriquecer o crime no caso dos que foram marginalizados. Ou você toma Prozac, etílicos ou vai tomar outras drogas "ilícitas" na sarjeta. Até aí há um padrão, álcool e drogas vendidas nas farmácias são aceitáveis.

Há também o padrão social que dita que é ridículo pobre estar feliz e rico não ter luxo ou ser socialista sendo inaceitável o pobre replicante e tratado como delirante.

Sendo assim, como viver e gozar a vida em sua plenitude sem conflitos? Não há como! A vida é um conflito e se sai bem quem conseguir equilibrá-lo e viver sua própria vida sem leva-la muito a sério. Fatos dolorosos irão acontecer e teremos que superá-los e um dia todos estaremos mortos. E, também, muita coisa boa vai acontecer e podemos apreciá-las. Neste momento estão acontecendo coisas boas e ruins na vida de cada um de nós, tudo ao mesmo tempo.

Nossa, esse ultimo parágrafo ficou parecendo auto-ajuda. Credo! Não era essa a intenção. Mas vamos lá!
Esse foi meu pensamento de hoje, digo, de ontem, já são 00:34 horas. Bom, é isso o que tinha a expressar.

Um muito obrigado pra quem conseguiu ler até aqui!!!

Cristian Steiner