quinta-feira, 21 de março de 2013

Dos meus estimados bichos

Lembrarei deles
com a mesma alegria com que sempre lembrei,
e de suas manias engraçadas,
e do carinho e companheirismo particular,
de cada um daqueles bichos...

E se acaso não lembrar das suas coisas,
evocando qualquer tipo de lembrança,
por mais pequena que seja,
sentirei o sentimento que sentia na presença deles.

Acho isso uma forma de gratidão...
dar vida a eles enquanto eu os tiver...
na memória, no coração...

Cristian S. Molina

sábado, 16 de março de 2013

é assim, como ver um sonho na vitrine
e ter borboletas no vazio dos bolsos
é assim, quando a vejo passar, sublime
e estamos aprisionados em nossos caminhos

minutos...
um minuto...
um minuto para matar a saudade
de um encontro a dois, olhos nos olhos
um minuto de um olhar amigo, amor
um minuto de um olhar verdadeiro.

quando a vi passar, me fitou, em minha prisão...
e um sorriso libertou-me um pouco,
do concreto ao sonhar, passou, mas deixou uma ilusão
ficou aqui dentro, fazendo-me solto.

e suas migalhas mantem o pulsar de uma indagação
mesmo eu, uma vez mais indouto,
estando livre mesmo encarcerado numa submissão,
não mais sei se estou louco ou louco.


Cristian S. Molina


"Liberdade na vida é ter um amor para se prender." (Fabrício Carpinejar)

terça-feira, 12 de março de 2013

Contemplação

Há um prazer sem igual nesta contemplação
Esse movimento, esse vento, esse organismo
As cores na sombra, as cores no sol
Os carros, as pessoas, os edifícios e desperdícios
O limpo ao lado do sujo, o vivo que olha o morto, os bichos e a gente

Formigas e borboletas num jardim pequeno
Borracha, asfalto, concreto, aço e vidros
...E borboletas

Canto de pneu, de pássaro, de buzina, de motor e passos
Cheiros se misturam...
Terra, chuva, carro e gentes

Flores esquisitas balançam ao vento
sem motivação,
balançam por balançar,
por estarem ali,
plantadas,
nascidas.

Gente estranha,
gente comum e gente sofisticada....
Ah... Gente esperta, gente idiota,
gente indigente e doente....
Gente contemplada.


cristian steiner molina

segunda-feira, 4 de março de 2013

Nosso Tempo Raro

No pensamento me chega agora
Que sou sol, você o satélite
E que um ciclo maior nosso encontro devora
Mal nos vemos, e cada qual seu caminho segue

Raro estarmos juntos mais que um quarto de hora
Mal dá pra aquecer a superfície tua... lua
Já estamos novamente separados, num tempo que demora.

Hemos de nos encontrar
No poente e na aurora
Hemos de nos apaixonar
No amanhecer, no anoitecer, onde nosso encontro mora.

Ah, se o tempo parasse nessa hora
Ah, se minha vida fosse apenas aquele instante
Ah, se um dia desses você nunca mais fosse embora.

Campo Limpo Paulista, 26 de fevereiro de 2013

Cristian S. Molina

domingo, 3 de março de 2013

Padrões Patrões

Na teoria
tão fácil parecia
encontrar padrões
e desconstruí-los,

Na prática
foi preciso encontrar
outros padrões
para substituí-los.

Somos todos escravos
dos padrões.

Dos padrões patrões,
subordinados.

Cristian S. Molina

Poesia Conjunta com @dullimm





Eu te ensinei a dançar na vida.
E você aprendeu rápido.
Dançava com violência quando via o medo.
Dançava suavemente ao fazer amor.
Dançava ao adormecer quando ficava triste ou angustiado.
Dançava e nada te tocava o coração.
Mas acho que não te ensinei a sentir,
porque eu sinto demais....

[ Dulce Miller ]

Te ensinei o que aprendi e apreendi de você.
Te ensinei o que não sabíamos.
Te ensinei nada.
Aprendemos com nosso fenômeno.
Aprendemos a dançar com os pés no ar...
...e nossos pés nunca mais tocaram o chão.

[ Cristian Steiner Molina ]


Poesia Conjunta!
Curtam a moça do sonho