sábado, 3 de dezembro de 2011

Alma Refém

Quando num estado frágil
Ela ficava vulnerável
Aos olhos famintos de posses
Aos que o amor significava
possuir almas...

No desespero de não suportar
a solidão,
ela se entregava aos que a ela
consumiam.
Ela dizia que amava...
e cada vez mais se enganava.

E a alma vendia
por preço de uma companhia
Apenas uma companhia...
O importante para ela era não estar mais só.

E ela perdia a si mesma em seu engano.
Não sabia por que estava ainda vazia..
Sua alma não cabia naquilo que vivia.
Amor não rouba a vida...
e ela sofria
pois era sua alma que refém se fazia
mas ela nem sabia...

E liberta do cárcere,
hoje ela brilha,
em noite quente ou fria...
Ela brilha até amanhecer o dia..
Mas esconde ainda as marcas
nos braços dos laços que a prendia.


Cristian S. Molina
dedicado a minha amiga L.

IMAGEM: Jovem defendendo-se de Eros - pintura de Bouguereau (1825–1905)

16 comentários:

  1. Que lindo Cris!!! Adorei o seu blog!!!
    Flávia Bellodi

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  2. Que bom que gostou, Flávia!
    Fico muito feliz em vê-la por aqui!
    Apareça sempre que puder!
    =)

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  3. Eu poderia dizer uma infinidade de coisas, mas direi apenas uma palavra.. O B R I G A D A !!!!

    Você é único, você é raro e você é simplesmente maravilhoso.

    Que bom tê-lo de volta, que bom nunca ter saído do seu coração.

    Beijos muitos ariano do meu dia!!!!

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  4. Fugir da própria companhia me parece ser a mais cruel das sentenças...

    Muito bonito o post, Cristian.

    Um beijo.

    * Adorei o papo lá no blog!

    ;)

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  5. Lu,
    Um dia alguém me disse que amor não se agradece... sabe, ainda não entendi isso direito. Mas lembrei por causa do seu "O B R I G A D A" aí... e achei interessante colocar, porque tive um lampejo aqui de que quando algo sai do coração não se espera nada em troca por isso... e acho que entendi o sentido da coisa...

    ...logo, te respondo: Não tem de quê!

    E, do coração mesmo, nunca se sai...
    Coisa de ariano...

    Beijos, ariana querida!

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  6. Luna Sanchez,

    Foi maneiro passar por lá, sim. Você é genial!
    Adoro a tua sagacidade!

    Pois é, imagine só... minha solidão, na maior parte das vezes, minha melhor companhia.
    Sempre quando ela vai embora, me sinto tão só.
    É em meio as multidões que enxergo-me mais solitário e onde mais consigo ver a solidão grupal... ainda viajo em um texto com essas idéias rsrs
    Por isso adoro aquela frase do Nietzsche: "Odeio quem me rouba a solidão sem em troca me oferecer verdadeira companhia."

    Obrigado por voltar,

    ;)

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  7. Cris, nem sei se mais lindo é vc ou se são seus versos. Tão encantador por aqui, querido! Hei de voltar tanto, tanto... Beijos mil.

    Lai Paiva

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  8. Que bela maneira de se consagrar o amor, Cris!

    Você tem mesmo esse dom de transformar sentimentos singelos em doces palavras, como numa melodia...

    Impossível não nos tornarmos reféns de um sentimento tão forte, que alavanca a alma... Acho que é essa a verdadeira entrega do espírito ao ser amado.

    Amei o poema... Sublime!

    Um beijo!!

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  9. Amor não rouba a vida não e o poeta canta isso com o mais eficaz instrumento, Eros... flechas certeiras no arrebatam a estar aqui, escutar e dizer sim, viva o desejo que por amar liberta...

    Um beijo Cristian, boa semana e carinho.

    Carmen.

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  10. Obrigado, Lucas!
    Seja bem vindo ao Cotidiano!

    Abraços!

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  11. Oi Lai!
    Obrigado, querida!
    Eu que não sei se mais linda é você ou é teu carinho...

    Beijos!

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  12. Tati,
    Obrigado por vir!

    Por amor, tanto se faz, mas o ser amado é abusado demais, muitas vezes.

    Beijos!

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  13. Obrigado, Carmen!

    Sim! amor liberta, não prende. E isso tem a dizer além do literal.

    Beijos!

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  14. Onde assina?..
    Acho que é ali em cima... Se for o que estou pensando.

    Beijos, Luna!

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