quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Algumas Lágrimas Depois...

Por um instante, meus olhos se umedeceram, logo no início da leitura daquele texto, quando ela falava do travesseiro como supressor de um choro desesperado. Quase desceu uma lágrima. Não estava entendendo nada daquilo. Pode ser resultado de algo latente, ainda inconsciente e sentido, apenas sentido uma vontade, também, de chorar. Chorar era bom. O que recordei foi um sentimento. Quando eu era criança achava tão boa a sensação que tinha após um choro intenso e profundo. Era como se eu, com toda aquela desesperança, pois sempre achava que a minha situação não tinha jeito, iria morrer ou então, um alguém que eu amava muito. Chorava de medo do abandono absurdo das minhas posses - porque eu possuía as pessoas - ou de palavras rudes que ouvia e me faziam temer a perda de uma pessoa amada. Tudo era uma catástrofe sem solução. Após secarem as lágrimas era aquele grande alívio, a pessoa que me amava e que eu amava não havia ido embora e nem morrido coisa nenhuma e, estava ali, ao meu lado, me alegrando e contando piadas, me fazendo rir. Nossa! Como era melhor ainda aquelas gargalhadas após o choro, aquelas piadas sobre o próprio desespero ilógico de uma criança, piadas que contava pra mim mesmo e para os que andavam ao lado.

Cristian Steiner Molina

Nenhum comentário:

Postar um comentário