sábado, 19 de março de 2011

Morremos todos os dias... e renascemos




Há pessoas vivas por aí que morreram aqui faz tempo. 
Há pessoas que morreram faz tempo que vivem aqui na memória.
Morremos todos os dias... Nascemos todos os dias.
Não dá pra ter medo de ver o sol nascer só porque no fim do dia ele irá se por.
E a natureza? Será que ela está aí pra nos evidenciar e nos desiludir com a certeza de que tudo tem um ciclo... início, meio e fim...
Como é difícil aceitar o fim de uma festa, 
O fim de um dia com quem você ama,
Como é difícil aceitar os fins...
Como é difícil aceitar que tudo um dia acaba.
A vida um dia acaba também.
E o que você fez?  O que deixou de fazer? O que escolheu para pensar na hora de sua morte? Vai ter tempo de pensar? E se tivermos tempo, ficaremos tristes na hora da morte por não termos vivido o que poderíamos viver ou por deixar a vida que vivemos intensamente e a qual gostamos tanto?
Tudo que é vivo nasce, cresce, envelhece e falece. Que realidade mais dura!
E o mundo te entope de filosofia vazia nos livros de auto-ajuda.
E o mundo te entorpece com religião, álcool e outras drogas.
E o mundo te vende uma felicidade descartável e com prazo de validade.
Como é cômico e trágico aquelas "setentonas" da TV tentando a todo custo esticarem suas peles e levantarem suas bundas e peitos. Como é ridículo o sucesso da indústria farmacêutica! O fato é que todos querem driblar e se esquivar do beijo da morte. Querem a todo custo comprar uma ilusão de eternidade, quer seja pela religião, pela estética, poder ou outras drogas.




‎"A morte não é a maior perda da vida. A maior perda da vida é o que morre dentro de nos enquanto vivemos." (Pablo Picasso)


A branda fala da morte não nos aterroriza por falar da morte. Ela nos aterroriza por falar da vida. Na verdade a morte nunca fala sobre si mesma. Ela sempre nos fala sobre aquilo que estamos fazendo com a própria vida, as perdas, os sonhos que não sonhamos, os riscos que não corremos (por medo), os suicídios lentos que perpetramos.
(Rubens Alves, 1991)








Vou te encontrar vestida de cetim,
Pois em qualquer lugar esperas só por mim
E no teu beijo provar o gosto estranho
Que eu quero e não desejo,mas tenho que encontrar
Vem, mas demore a chegar.
Eu te detesto e amo morte, morte, morte
Que talvez seja o segredo desta vida
Morte, morte, morte que talvez seja o segredo desta vida.
(Raul Seixas)

6 comentários:

  1. O ser humano...

    Ah ser humano...Que as vezes de humano não tem nada...

    Qual ser é mais nobre e mais amigo do que os cães?

    E vive nesse circulo vicioso da sociedade hipócrita feito espíritos de porcos que com nada se contentam.

    A vida é mais que isso...É sentir,viver cada momento...ser feliz falando besteiras de vez em quando.

    Acontece que o autor da vida é que decide o dia da amanhã,por isso temos que parar de remoer coisas insignificantes e aproveitá-las da melhor forma possível.

    Menino,menino...sou fãzona do seu cotidiano.

    Beijos no coração!

    Seu blog já consta nos link do feed e do Portal.

    Beijãoooooooo

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  2. Morrer, as vezes, nem tem a ver com a vida.

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  3. Uau, Cris

    Teu poema tá maravilhoso. A vida é um ciclo constante. Temos mais é que vivê-la em toda a plenitude que pudermos.
    Muitos bjussss
    Sua fã e amiga
    Sil

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  4. ^^

    Niilismo

    "Movimento de idéias ocorrido na Rússia em meados do séc. XIX. O termo origina-se da palavra latina nihil, que significa nada. Apareceu pela primeira vez no romance País e filhos, de Ivan Turgueniev. Um personagem afirmava: " Um niilista é um homem que não se curva ante qualquer autoridade; nem aceita nenhum princípio sem exame, qualquer que seja o respeito que esse princípio envolva".

    by http://www.dicionarioweb.com.br/niilismo.html

    É... posso concordar com a Stuff ^^

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