segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Artifícios

E nos fogos...
no barulho que parece não ter fim...
nesse espetáculo de luzes...
Encontramos o silêncio,
e enquanto observamos a luminosidade desse momento,
a alma se enche de sonhos...
enxergamos milhares de cenas, de rostos e risos,
no mesmo instante em que nossos olhos
fascinados
brilham com(o) esses fogos.

Cristian S. Molina

D'um comentário em "É dia de Amar" ,  texto de Marília Félix, no blog Meus Devaneios.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Instantes Contínuos

Essa coisa de não ver...
Essa coisa de não ouvir...
Essa coisa de não falar...
Essa coisa de não estar
Os curtos momentos de companhia distante
Tudo isso é muito idealizante...
Idealizar...
também tem suas delícias...

Aquela coisa de estar junto
Todo minuto... é muito concreto...
Gosto de da rotina desrotinada dos beija-flores...
que passam... que passam...
colhem o néctar... colhe o doce...
deixa sua beleza na lembrança, e vai-se...

Volta... pelos mesmos instantes outrora.

Cristian S. Molina
D'um comentário em "Segredo" texto do Danilo, o 'Poeta da Colina',  no blog Uma Vida Em Palavras

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Relativamente estranho

Em um mundo de tantos 'gostos e cores', em que um ama a simplicidade e o outro a complexidade, num mundo que alguns vêem tantas cores e outros apenas um branco e preto opaco ou sem muito brilho.... nesse mundo de tantas diversidades em relação ao que se aprecia, eu, as vezes, paro, em cima de um muro a observar... e vejo que em todos esses mundos há uma certa beleza e uma certa feiura, é tudo muito relativo. Gosto e fico admirado de frente aquelas fotos amareladas, aquelas em preto e branco e, também, com as coloridas... cada qual com um sentimento nobre e um outro pobre, me envolvem e cobrem. E quando vejo algumas pessoas, que passam a vida a sofrerem suas faltas, fechando os olhos para o que se têm, penso que isso é o cultivo de um gosto... é isso! tem gente que aprecia a tristeza! quanto mais triste, mais saboroso é o momento. Outros são tão alegres que julgamos não terem juízo. Mundo doido! Mas quem sou eu pra chamar esse mundo de doido? Eu, que aprecio todo tipo de loucura... muito fanaticamente fatalista, em certas horas, muito otimamente otimista, em outras... VIVO.

Cristian S. Molina
D'um comentário no texto de Joaquim Matos, no Retratos da Alma

sábado, 17 de dezembro de 2011

Juntando o espatifado

Recolhi minha carne espatifada
distribuída por tudo quando foi beco...
Tinha carne morta... já sangrada...
Tinham pedaços poucos
em que o sangue ainda era quente...
Busquei até o pedaço de unha no ralo do esgoto...
Eu me refiz sem nada esconder, sem me escolher...
Eu me reconstruí com o que era vivo e o que era morto.
Com tudo que era meu, me fiz, nem reto nem muito torto.

Crisitan S. Molina
D'um comentário no Astropneumóvel: aprendiz na ausência

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Meu eu bagunçado e meio

Eu gosto da bagunça
De minhas letras amontoadas...
Eu gosto da minha
confusão de palavras
Gosto do meu jeito...
...pra mim está tudo arrumado.
É que essas pessoas insistem
em tentar impor o jeito delas...

A minha bagunça
tá muito bem arrumada!
Gosto dos meus garranchos e rabiscos...
...e dos desenhinhos que faço...
Nas entrelinhas meio aos textos... meus riscos.

E aquele pingo de café na folha
é mais que poesia...
As orelhas do meu caderno
escutam tudo que escrevo.

E o vestígio de folha rasgada
é algo que não quis pro meu mundo...
ou, talvez... aquela folha arrancada
não quis num caderno amassado fazer sua morada.

Cristian S. Molina
D'um comentário no Entre Marés

Linha do Lábio

Necessito ver palavras...
sabe?
A boca abrindo e fechando....
os dentes...
a língua e os olhos.

No escuro é só o tato que vê...
Mas sob a luz
é mais lindo de se ver as palavras...
o contexto das palavras
e aquelas pequenas expressões
que sempre acabam dizendo um pouco mais..

como aqueles sorrisos
escondidos
em que somente uma linha se vê
no cando ao lado no lábio.
Coisa mais linda essas linhas...

Cristian S. Molina
D'um comentário no Deslizes Poéticos

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Refletir o Reflexo

se olhar no espelho
pode significar tanto....
tanto além...
sem a concretude dessa ideia,
um olhar para o espelho
pode nem haver necessidade
de espelho "material"...
sem ter um espelho,
podemos olhar para conosco
através de um outro espelho,
o da honestidade
que temos com nós mesmos...
numa auto análise.
Quanta riqueza podemos encontrar.

tem um outro cara que diz
que há coisas que não dizemos
nem para nós mesmos..
eu acredito nisso.
O que podemos nos dizer,
e não aos outros,
para que nos entendamos,
é a chave desta questão.
O que precisamos dos outros,
às vezes,
nesse sentido,
é apenas uma ajudinha,
para que sejamos entendidos
por nós mesmos no espelho...
amigos nos falam sobre a existência dos espelhos...

Cristian S. Molina

sábado, 10 de dezembro de 2011

Discussões na barriga

Guardar palavras
é provocar discussões na barriga.
Quando não falar as palavras ao ar...
melhor cuspi-las no chão.
porque há necessidade de coragem
para reconhecer que palavras
não se podem engolir...

Palavras
precisam ser vomitadas
em qualquer papel,
ouvido de pessoa ou cão,
qualquer quarto vazio
ou cheio de gente

Palavras...
que se possa atirá-las
com canhão,
em alta voz.

com privado e delicado tato
que não só se ouça
mas também que escute...
que escuta...
...não apenas palavras.

Cristian S. Molina

Seja o que for


A gente vai se escondendo
e tem hora que não dá mais
pra segurar um sentimento,
então a gente descobre
o que o medo de errar
escondeu por tanto tempo.

E então a gente descobre a gente...
a gente descobre quem somos
e o que há de belo em ser o que se é,
Seja lá o que isso for.

Cristian S. Molina

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Alguns lampejos apenas...

Não sou pessoa que fala apenas em prazer, amor e coisas agradáveis. Tenho gosto para tudo que é profundo, um gosto alimentado pela curiosidade e aventura, que pode começar por cutucar feridas narcísicas até mergulhar nos abismos existenciais.

Às vezes, em determinados períodos, enxergo a vida como um quadro não muito colorido, porque o sol quer me alcançar, mas o chão é que anda, o mundo gira e tira a luz da vida e, por isso, não dá pra parar nesse mundo.

Acredito que existam períodos certos em que seus raios alcançam algumas janela, e se Nelson Rodrigues viesse falar sobre o sol, diria que ele brilha para quase todos os que buscam sua luz, mas jamais para os que nada fazem a respeito.

O sol nem sempre passará pela tua janela. Se quer luz, corra atrás, talvez consiga alguns lampejos.


Cristian S. Molina

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Mais que só

Um grito pra que a alma escute
O teu lugar não é onde está
Teu lugar é aqui dentro a alegrar.
É agora,
é aqui,
não então,
não lá.

Joga um jogo que não sei jogar
Aparece ,
acende,
esconde e apaga
Sem freios a me desnortear
Sem ritmo,
sem rumo,
sem parada

Com um anjo
Veio-me luz naquela madrugada
Eu assombrado
e também leve ao acordar...
Sem o peso da minha alma carregada...
Que naquele instante
sentia nada faltar

E quem fui
nem mais sabia...
Contava só o que à diante existia,
o que longe via...
Memória dela se perdia
E esta morada ficava vazia

Alma havia feito morada
num infinito de mágoa
Não queria mais deixar
sua gruta sombria

Naquele universo mais nada sentia
Sem alma não se sofria,
mas alegria também não havia,
Na vazia condição das emoções afastadas.

Aqui, mais que só havia ficado sem minha solidão,
quando se foi a alma desalmada, aí sim fiquei só.
Voltou cá para dentro esses dias,
alma,
Veio fazer poesia.
Voltou agora pra tua verdadeira morada.
Veio numa alvorada...
Veio pro dia,
veio pro sol,
Veio pra noite
Veio pra minhas madrugadas, enluarada.
Para os dias, ensolarada.

Cristian S. Molina

sábado, 3 de dezembro de 2011

Alma Refém

Quando num estado frágil
Ela ficava vulnerável
Aos olhos famintos de posses
Aos que o amor significava
possuir almas...

No desespero de não suportar
a solidão,
ela se entregava aos que a ela
consumiam.
Ela dizia que amava...
e cada vez mais se enganava.

E a alma vendia
por preço de uma companhia
Apenas uma companhia...
O importante para ela era não estar mais só.

E ela perdia a si mesma em seu engano.
Não sabia por que estava ainda vazia..
Sua alma não cabia naquilo que vivia.
Amor não rouba a vida...
e ela sofria
pois era sua alma que refém se fazia
mas ela nem sabia...

E liberta do cárcere,
hoje ela brilha,
em noite quente ou fria...
Ela brilha até amanhecer o dia..
Mas esconde ainda as marcas
nos braços dos laços que a prendia.


Cristian S. Molina
dedicado a minha amiga L.

IMAGEM: Jovem defendendo-se de Eros - pintura de Bouguereau (1825–1905)

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Lava dos olhos

E quando os olhos começam a incendiar
a cabeça tenta um estado conter
e você sente a lava de suas lágrimas queimarem seus olhos
e os fecha suavemente para apreciar aquela dor
um prazer estranho esse, contraditório,
um prazer em dor.
É quando você encontra um conforto que ninguém poderia oferecer
a não ser você mesmo a si mesmo.
Um presente de você para você.
Uma abraço em si mesmo, um perdão.

Cristian S. Molina

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Sem sentido

Perco-me num breu com esses demônios meus
Fecho e abro os olhos na esperança de enxergar
Uma trilha, um sentido, um destino... um brilho
Ou qualquer bobagem que me tire essa horrível
Sensação desnorteada de um errante esvaziado
Choro em desespero para em vão buscar entender
Buscar um motivo para todos esses caminhos tortos
Eu quero um insight, eu quero que tudo isso faça sentido
Por que essas voltas, esses mergulhos, esses abismos?
Por que tantas experiências esmagadoras? Por tantas mortes?
Por que eu sobrevivi a essas mortes?

29 de novembro de 2011
Cristian S. Molina

Pão e circo

Observando as notícias cotidianas das quais se trocam os personagens, mas a história continua sempre a mesma... é um escândalo em Brasília, assassinatos bizarros, prisões de quadrilhas de policiais, quadrilhas de políticos - e pergunto-me duvidando de minha memória "mas estes já não haviam sido presos?". Outras mesmas noticias sobre manifestações num país dominado por um ditador, e a hegemonia "achando pelo em ovo" pra invadir mais um desses países que transbordam o ouro negro, outro louco atirador que pega uma arma e sai matando todos que vê pela frente, mais um artista polêmico que morre de overdose, novas Leis de trânsito, criminais, discriminais, trabalhistas, um novo aumento exorbitante para os nossos "digníssimos" representantes. Volto o olhar ao meu cotidiano e me assusto com o um novo imposto criado e já atrasado que terei de pagar com juros e multa diária. Olho a minha volta e as pessoas estão correndo para não atrasar em seu segundo, terceiro ou quarto emprego. E o Estado cria um turbilhão de programas assistencialistas que não resolvem porra nenhuma, para justificar o uso dos nossos impostos pagos. Como aquela velha história de cestas básicas - garante-se o voto daquela grande maioria oferecendo migalhas. Eles mudam os tais nomes para programas de "desenvolvimento e blá blá blá" mas criam nosso povo num sistema racionado e condicionante que transforma nossa gente num bando de zumbis ou em ratos de "caixa de Skinner" tendo que puxar aquela alavanca uma centena de vezes para receber um pingo d'água que mantém a esperança torturante que a sede acabará um dia. E a corrupção corre solta por todos os cantos de qualquer departamento público, privado, ONGs, entidades religiosas... Tudo! Em todo lugar tem gente metendo a mão e aproveitando as “oportunidades” da vida. E fica tudo por isso mesmo porque todo mundo tem "rabo preso" com todo mundo e, quem não tem, tem os espetáculos e as migalhas do pão.

Cristian S. Molina

sábado, 26 de novembro de 2011

Em Pedaços VIII - Vã Esperança

E ele - pensa ser o único
e dela espera eterna espera -
nem a ela manda flores.
Um dia, ela, pela seta

do amor sangrará sem
dor, por um bom rapaz
de amor tenaz e aquele
outro ficará para trás.

Cristian Steiner

Leia Até quando? por @melgacotati -  no Retratos da Alma

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Onze e tantas

Acordo às onze e tantas,
abro a janela e olho às plantas...
hoje será mais um grande dia,
vejo a alegria que também levanta.

Cristian S. Molina

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Gritos mudos de dentro

É esse caos,
o barulho do mundo,
os gritos mudos desse mundo bizarro que nos enlouquece...
pra onde se olhar,
estará lá o sofrimento,
costumeiramente pra dentro.
Excepcionalmente no outro,
ao vento,
o sofrimento não dorme ao relento,
só dentro.

Cristian S. Molina

Leia Coletivo Revolucionário.

domingo, 20 de novembro de 2011

Anjo

Um anjo hoje me veio
e disse: acorde!
E acordei
aos acordes da música
que sempre cantou minh'alma
mas eu vacilava
e atenção não prestava,
não ouvia mas hoje ouço-a clara,
porque o anjo me disse que essa musica é rara.

Um anjo hoje me veio
Me disse que a vida
era muito mais que aquilo
que eu achava que era tudo.
E eu enxerguei meu tudo que não era nada,
e aquilo que pra mim não era nada ele decretou que era muito
e ali estava minha vida. A minha vida estava num nada que era completo.

Um anjo hoje me veio
examinou minha alma dilacerada
e jogada num canto
e disse que aquilo era tanto, ele me disse tanto
disse que aquela alma precisava sentir o calor do sol,
mas era noite e só havia a lua, as estrelas e um vento gelado
e o anjo me cobriu de luz

O que anjo hoje me veio
me disse que eu estava muito abatido
e acolheu-me sob suas asas me confortando
me disse que eu não precisava ficar aflito
porque ele entendia tudo o que eu estava passando


O anjo me disse que o passado passou
e decretou que a partir daquele instante
eu só era presente e futuro.

Um anjo me disse
que não havia problema nenhum no fato de eu não acreditar nessas coisas celestiais,
ele iria cuidar de mim da mesma forma.

O anjo que hoje me veio,
veio pra ajudar a enxergar minha alma...
e ele recitou a poesia que havia pra eu escutar e acreditar nela.

O anjo que hoje me veio, trouxe-me uma paz que eu nunca tive.

O anjo que hoje me veio,
apareceu de repente,
mas de repente não foi embora.
O anjo e eu vivemos o presente.

O anjo me curou!
Me tirou todo ódio,
me fez perdoar quem eu jamais perdoaria,
me livrou de todo rancor que aqui havia.
E fez com maestria e permiti com sabedoria.

Cristian Steiner Molina

Nosso exato momento é qualquer hora

Eu também não queria
que acontecesse nesse momento.
Mas foi mais forte que eu
essa tua boca tão perto.
E logo que já está feito
que mal teria eternizar esse instante.
A gente esperou por tanto tempo
um momento perfeito.
Mas veja só a lua, as estrelas...
veja esse vento gelado que nos obriga ficar abraçados
veja como o um momento qualquer como esse se faz perfeito
pelo simples e inacreditável fato de estarmos juntos.
Você entende a língua que fala todo o meu ser
e não preciso traduzir em palavras o que sinto,
e só por isso, eu não vou dizer que te amo.

Cristian Steiner Molina

sábado, 19 de novembro de 2011

Em Pedaços VII - Posse da Posse

Esse amor escravizante...
Acostuma-nos a essa condição
e, quando sem amo...
sem dono,
também sem nós mesmos.

Penosa necessidade nossa de cada dia.
A posse possui? Ser posse ou possuir?
A posse das posses és tu
Que só pelas posses consegue existir

A posse és parte de ti
e tu és parte da posse.
Vê se pode! a posse possui o empossado
E o empossado apossa a posse de ti.

Ah... como eu queria ser um inteiro.
Ah... como eu queria que fossemos dois inteiros.

Cristian S. Molina


O texto Desejos e Pesias da querida amiga e poetiza Claudia Costa, no Jardim dos Girassóis, inspirou essas palavras. Leiam!

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Vida Corrente

Igual a água
a traçar seu caminho
na rocha
muito lentamente
A vida cava o seu lugar
A água atravessa a rocha.
A água chega onde quer chegar.
Há vida! Há sede…

A vida sobe o céu,
desce o rio,
chega ao mar.
Está nas tempestades
e no vapor a queimar
Nossas peles em relativa umidade do ar
Cativa a humanidade a doar
Vida.

Cristian S. Molina

Em inspirações desencadeadas por Instantâneo, poesia de Leonardo Valesi Valente.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Nossa linguagem telepática

Já se foi a aurora e a essa hora
não tem mais escolha.

Se você se rende,
te prendo,
e te trato a poesia, água e pão.
E que o flutuar nos faça rimar
Eu amo você, poesia!
E que o olhar denuncie o sentimento.


As rimas que sinto
não podem ser escritas nem ditas...
porque não há nesse mundo
uma linguagem tão bonita.


Um esfrega, um cortejo, uma flor...

Não é um simples toque,
é um gelo, é um choque.


E quando uma palavra rima com a outra,
é um beijo.


Ouça o meu toque, meus sinais
Poesia não se lê, se ouve.


Cristian S. Molina

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Fortaleza

Fantástico! A hipocrisia é farta!
Na agonia das profundas angústias
reconheço meu grande mal...
minha velha mania de aceitar tudo sem dizer um 'a'.

Mas eu vou sobrevivendo
e tento não me enganar...
não me curvar para um tipo que não sou...
a vida é mais que servir..

na hipocrisia que não desce a garganta,
nas belezas impostas como santas,
não adianta...
esse não é meu ideal...

eu caminho com meu passo frio
e sinto de longe o calor que me espera,
não desespero...
sou por muito considerado um homem de gelo..
e só o calor do amor transforma esse meu estado.

só comigo anda nesse caminho,
quem tem peito pra acreditar em mentiras,
refutar suas verdades e inventar um mundo menos inventado.

Odeio concordar com o que não acredito.
Amizades fazem isso.
E pra concordar tem que ser muito amigo...
Alguns amigos fazem com que nos sintamos péssimos.

Nada foi tão bom na vida,
como estar na situação de aceito,
sem nada precisar mudar.
Sem padrões para se adequar,
porque não há regras que a todos possam agradar...
Mas se tudo funciona assim,
eu também não aceitarei o que é pior pra mim...
esses seres regrados a me questionar...

tenho minhas próprias asas para voar,
às vezes fraturadas pelos tombos
nos abismos que a vida teima em me jogar,
mas eu sempre pude me restaurar...
eu sempre volto a voar.

Cristian S. Molina

terça-feira, 15 de novembro de 2011

#SarauBrasil Amor e Morte por @cristiansteiner

Se me chamou o amor, venho correndo com minha flor

Sem muito cobrar o coração vive a sangrar pelos pedaços

que há de arrancar para o cheio vazio esvaziar

poema é a boca dela... que é gostosa... que é bela.


De longe eu morro a cada olhar teu...

eu vivo para o beijo que me prometeu.

aniquiláveis prantos,

só amores incuráveis

nossos beijos que se agarram...

se amarram entre dentes...

línguas...

e esta minha barba mal feita


São meus medos...

enredos mudos pra tudo que não se vive.


Sem norte, mas com muito amor.

em rima, minha esgrima contra a dor

quando perdi o norte,

ainda bem que tinha meu verdadeiro amor

quando perdi o norte,

pensei que fosse falta de sorte, mas era um anti-morte

quando perdi o norte,

para me segurar, não havia um Deus tão forte

E quando encontrei meu norte, encontrei também a morte

Encontrei a morte,

e ela me disse e voz forte

que se chamava amor,

e nela encontrei suporte.

Meu amor, eu morri quando nos amamos.

Meu amor, fomos para os céus quando nos amamos.

Quando nos amamos,

meu amor,

nós morremos para esse mundo...

transcendemos pobres mortais.. morremos

Não fosse aquela flor, quando eu morri, quanta dor!


Cristian S. Molina

Idos Dias

Por @cristiansteiner e @leovalesi

Um dia que a poesia não veio me ver.
Vieram as folhas em branco,
penas sem tinteiros...
Um dia de uma fé perdida.

Um dia esqueci dos versos,
fiz atalhos com a minha dor.
Fiz das lacunas
um resto de vitória...
Uma vida que a escolha doeu.

Era o dia dos monstros
com quem lutei...
Que de tanto lutar,
um deles me tornei.

Naquele dia, havia a vida
do que temi.
Não quis o fim
de quem se esquecia.
Pude menos o sonho
que apaguei.

Cristian Steiner Molina (http://ocotidiano-cristian.blogspot.com/)
Leonardo Valesi Valente (http://lioh.arteblog.com.br/)

sábado, 12 de novembro de 2011

Em Pedaços VI.I - Azul Catarse

Pelo mar azul...
pelos olhos teus
naufrago
Ouço tudo deles
alieno
na catarse

Catar-se
as asas
céu azul...
encantar-se...
na catarse

Nos olhos,
o azul
um labirinto...
embrenhar-se
na catarse

Perder-se...
encontrar-se...
entender-se...
na catarse.

Cristian S. Molina

Em Nostra Dolce Vita, inspiro-me ao ler, fascinado, aquelas mulheres. Vale a pena conferir "Quando Te Vejo", um texto de @ritaschultz .

Em Pedaços VI - Sereia

Sereia das profundezas da sensibilidade...
Das pedras pernas em minhas encostas encostadas
Seria falha... falta de asas expostas a sua intimidade...
Ou esconde tuas asas por medo de voar embalada...
Voa sereia... voa... vem pra poluída cidade
Depois dance e cante sobre o mar devassada.

Cristian S. Molina


quarta-feira, 9 de novembro de 2011

A Cordinha

O negócio é cortar... acordar
Cortar a cordinha da ancora...
deixar passar o tempo
depois voltar...
dar cordinha...
Eu acredito nas ancoras!

Elas podem aprender a voar,
E a ajuda que posso dar
É cortar a cordinha...
Cortar a cordinha da ancora
Elas só podem aprender a voar
Se olharem muito honestamente
A si mesmas... Sozinhas.

Não posso deixar de voar
por uma ancora que não queira ser leve
por uma ancora que não consigo comigo levar...


Não posso deixar de voar
por ancoras que não posso suportar

por ancoras que não queiram comigo voar.


Cristian S. Molina
Uma ancora que aprendeu a voar...

Feito a partir de um comentário para O que se quer? texto de @Marilia_SL no Retratos da Alma. Confiram!




domingo, 6 de novembro de 2011

Levanto do Olhar

Um olhar fala tanto,
enxuga o pranto,
acolhe em manto.

Encanto, um olhar
Um encanto...
Tira-nos d'um canto
par'um doce recanto
enquanto...
levanta e leva-nos...
levanto o olhar...
Curando o leviano olhar...
Levanto.

Cristian Steiner Molina

Feito a partir de um comentário no blog Astropneumóvel: aprendiz na ausência - O universo reside sem lugar na presença da falta 

sábado, 5 de novembro de 2011

Em Pedaços V - Estou agora e sou aqui!


Aqui e agora
caminhando
estou.
Movimento sou.

Pretérito
foi trajeto
que me moldou.

Futuro não sei...
lá está
o que não saciou,
serei isto ou aquilo,
nem pensei,
nem sei se pensarei,
eu vou.


Cristian S. Molina

Meu corpo cindiu com minha alma e esta foi visitar o Corpo Cindido de Rita Schultz.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Uma graça

É o jeito dela,
de fazer dos erros uma graça
- ela cai, levanta e nem disfarça,
e nem liga pros olhares de quem passa -
é assim que despretensiosamente ela me laça.

Cristian S. Molina

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Será que é comigo?

É comigo!
É comigo!
Eu digo,
Meu amigo,
Será que é comigo?
Não consigo ver sentido.
É contigo!
Ela está a te olhar.
E esse olhar é um perigo
É contigo!
Ela está a te piscar.
Olha só que que figo,
Olha o umbigo!
O umbigo desvestido!
Olha a libido... a libido!
Ou será que é comigo?
Comigo ou contigo, amigo?
Amigo?

Cristian S. Molina

domingo, 30 de outubro de 2011

Urgências

Nosso problema
é deixar pra depois
procrastinar
nossas urgências,
é bater continência
e esquecer
nossa essência.

Cristian S. Molina

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Convicto

Não
    gosto
      da palavra
          ESPERANÇA.
Gosto
   da palavra
          CERTEZA!

Eu
   tenho
       CERTEZA
             do que virá.
Não
   vou ficar
       te ESPERANDO
                  pra SEMPRE,
                             querida.

Acabarei por
      te procurar,
           te achar
...acabarei por te ROUBAR
                              pra mim...


Cristian S. Molina

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Nota Guardada

Tenho
uma fase
e uma frase
quase
a ser dita,
escondida,
bandida,
perdida
em rabiscos
e notas tortas,
esperando um
certo instante .

Cristian S. Molina

domingo, 23 de outubro de 2011

Crime

Quando te vejo parece que você me laça e me puxa pra perto só com o olhar. Sua boca busca e agarra meus olhos, e uma força maior que eu faz sentir ela na minha, e se não fosse o segredo, eu te lascava um beijo, aqui mesmo. Pena não poder aprofundar o quanto queria... senão teria que roubá-la pra mim, e isto seria um crime.

Cristian S. Molina

"Somos suspeitos de um crime perfeito, mas crimes perfeitos não deixam suspeitos."

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Em Pedaços III - Amar? Não hoje...

Das interações com colegas por aí, brotam-se frases e pensamentos muitas vezes interessantíssimos e dignos de registro, vamos juntar alguns deles aqui e ver o que acontece... "Em Pedaços" é uma coluna semanal de textos sobre idéias surgidas em comentários e conversas na blogosfera entre o autor e outros blogueiros. Os textos são baseados na interação com um blog/blogueiro ou com pedaços de frases do autor espalhadas por diversos comentários em diversos blogs. Ao final do texto está inserido o link para o blog e a postagem em que o comentário encontra-se postado. Boa viajem!


Amar? Não hoje...




O amor é uma droga mesmo!

Começamos com flertezinhos

Depois umas piscadinhas

risadinhas...

E em instantes já envoltos

em diálogos sem fim...

...com uma má companhia.

Eis a primeira dose de amor.

Começamos a amar

serenamente...

semanalmente...

E é quando estamos amando

até dia santo...

todo santo dia...

É que nos vemos dependentes.



E quando nos damos conta,

ele já está instalado...

E nunca mais deixaremos de amar.


Não adianta  nem esconder,

Só a gente mesmo que não quer ver...

Todo mundo irá nos fitar

com aquele olhar desconfiado...

"Olha lá o exagerado! O eterno apaixonado!"



Sempre,

com aquele brilho nos olhos

olhamos o ser amado.

Ao primeiro beijo

está tudo relacionado.

Por isso, ele deve ser evitado.



A mente

Mente pra gente dizendo:

"você não é um exagerado..."

"Só um abracinho não fará mal algum..."

Mas a gente sabe que um abracinho

leva a outro abracinho...

um carinho...

depois você vai querer um beijiho...

E por aí vai até o fundo do poço do amor...

Por hoje, não quero carinho nem coração...

Amor? Hoje não...

...só por hoje.


Cristian S. Molina


Lá no Retratos da Alma, decidi tirar um 3x4... e não era um ponto final que existia em meu coração, encontrei  um ponto e vírgula e reticências entre parenteses, após. Confira "Amor, ponto e vírgula?", texto de Rosamaria Roma no Retratos da Alma.

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‎"Eu encarei tudo e continuei de pé
E fiz do meu jeito

Eu amei, eu ri e chorei
Tive minhas falhas, minha parte de derrotas
E agora como as lágrimas descem
Eu acho tudo tão divertido

Em pensar que eu fiz tudo
E talvez eu diga, não de uma maneira tímida
Oh não, não, não eu
Eu fiz do meu jeito

E pra que serve um homem, o que ele tem ?
Se não ele mesmo, então ele não tem nada
Para dizer as coisas que ele sente de verdade
E não as palavras de alguém que se ajoelha

Os registros mostram, eu recebi as pancadas
E fiz do meu jeito"

My Way - Frank Sinatra

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Beija-flor


Beija-flor

O beija-flor fez casa numa rosa, porque gostava do cheiro que morava nela. A rosa estava num jardim. O jardim era simples. O jardim era da Flora... a flor do beija-flor que morava na rosa . A flor era rosa e a rosa era branca, a terra escura, tamanha a fertilidade. O céu era meio azul, meio nuvens carregadas, o que mantinha a terra sempre molhada...  a flor rosa sempre molhada, matava a sede do beija-flor. A flor gostava de sentir a língua do beija flor que retirava o néctar do interior do seu pudor...  a flor rosa ria... e da sua alma dava vida  ao beija-flor.

Assim como esse amor... a poesia de limite carece, ela junto cresce...

Cristian Steiner Molina

terça-feira, 18 de outubro de 2011

O que eu não disse

Experimento alguns sentimentos infantis. Infantis mesmo, sabe... coisa de criança mimada. É meio impactante tudo isso, assim de repente...é coisa de se perder o norte e também o sul... leste... oeste. É coisa desorientante. Homens são lentos a processar essas coisa (e muitas outras também, vocês mulheres nos tiram de letra). Sinceramente, me identifico muito com o que demonstra sentir (essa vontade de viver e amar... essa loucura deliciosa que é a paixão... esse sentir o prazer da vida mais intensamente. Todo esse calor!), já senti! e acho que está aí a razão do meu mal-estar (sei que se sente muito feliz com ele e isso, de certa forma me tira daquela posição que sentia estar, aquela posição egocêntrica e infantil, assim como isso que sinto agora). Ficarei um pouco distante, por enquanto, até que eu aceite a ideia de não ser eu o cara da sua vida. Não se preocupe comigo, estarei bem. Eu gosto de você e quero vê-la feliz, mas lidar com sua alegria, agora, é como me auto-torturar, por saber que não sou eu quem te leva às estrelas. Esse é o problema de deixar a amizade se prolongar, quando dela deveria passar.
Eu poderia ter dito isso a você, mas apenas calei e me escondi, não seria sensato.

Cristian Steiner Molina

domingo, 16 de outubro de 2011

Um Ano de Cotidiano


Olá  amigos, leitores,blogueiros e curiosos. Hoje o Cotidiano está fazendo aniversário, está completando seu primeiro ano de vida. Graças a todos os que passaram por aqui e dedicaram um pedacinho de tempo pra ler os textos e divulgá-los.
Nesses 365 dias, o blog foi criando sua própria identidade e atraindo leitores que, acabaram por estabelecer com os escritos uma relação muito além de leituras e comentários... criou-se uma relação de amor. Um grande amor!
Há leitores que desde o início acompanham o blog e com uma frequência harmônica, comentam e enriquecem os textos, o que também foi alimento nutritivo para a vida desse espaço.
No início, a intenção era falar sobre observações acerca do cotidiano de um rapaz de vinte e tantos anos, mas a poesia acabou tomando conta das postagens... ainda bem! Pois, com elas o Cotidiano foi convidado a fazer visitas quinzenais no Sandra Cajado Arte e Cultura, a coluna Cotidiano Insano foi de fundamental importância para a sobrevivência e desenvolvimento da arte por aqui, foi lá que o Cotidiano encontrou motivação para continuar, se não fosse isso, o blog não passaria de uma brincadeirinha...
Agora, o Cotidiano está  começando a engatinhar e já balbuciou esses dias alguns ruídos monossilábicos, ficou empolgado e começou uma nova trama de criações mirabolantes.... ai ai ai... o que será que ele vai aprontar dessa vez?... bom, andam dizendo por aí que vai ter música...
Muito obrigado a todos pelo carinho deixado por aqui! Um ano de Cotidiano! Parabéns! "Um feliz aniversário, para mim ou pra você!"

Meus sinceros agradecimentos aos leitores que deixaram sua marca por aqui neste primeiro ano e que através desses registros pude montar minha lista de comentaristas e seus blogs:

  1. Alicia  (Blogs: Fale com ela e 4 pecados)   
  2. Amanda
  3. Ana SS  (Blogs: Confraria dos Trouxas e Significantes)
  4. atoderefletir (Blog: http://atoderefletir.blogspot.com/)
  5. CARLA STOPA (Blogs: http://carlamaria3.blogspot.com/)
  6. Cláudia Costa    (Blogs: Vida de mil FasesInsensatez e JARDIM DOS GIRASSÓIS)
  7. Cristina Lira  (Blogs: *******SILENCIO*...)
  8. Dani Sgorlon  (Em busca de mim mesmaTWITTINGÁ4 pecados e Cultura Útil)
  9. Debbys   (Blogs: Cotidiano Insano)
  10. Eliana Bess d'Alcantara (Blogs: Psicologia e Vida)
  11. Gilmara Wolkartt (Blogs: Alma em flor)
  12. Hosamis Pádua (Blogs: Causa sui, Uma semente por dia, Pontuação: Poesia em quadrinhos na escola e hq da hp.
  13. João Ludugero (Blogs: Ludugero desde que me entendo por LudugeroVNT Online - Várzea/RN em Foco e JARDIM DOS GIRASSÓIS)
  14. kristof (Blogs: Tributo a Memória Humana)
  15. leonel (Blogs: Passando a limpo o passado...)
  16. Malu Blogs:
  17. Marco C. Leite (Blogs: http://mclmarco.blogspot.com/ e http://marcocleite.blogspot.com/)
  18. Maria Alice (Blogs: Ei, conheça-me!)
  19. Mariana (Blogs: Minha Terapeuta Está de Férias e Contos Melódicos)
  20. Marília Felix (Blogs: Meus Devaneios e JARDIM DOS GIRASSÓIS)
  21. Marinha (Blogs: Construtora de Palavras)
  22. Mery (Blogs: Mery / Rio de Janeiro)
  23. Miriam de Sales Oliveira (Blogs: Pinturas de Rodrigues JuniorLado AvessoMiriam de SalesFIAT LUX!MILHAFRE: O BLOGUE DO MIL, O FÓRUM DA LUSOFONIAA Bahia de outroraCONVERSA FIADACafé com Pimenta - By Miriam Contos e Causos Só-risos)
  24. Nárgela Bueno (Blogs: nargela's)
  25. odila-garcia Blog:
  26. Pedrinho (Blogs: Alma de Vento)
  27. Prosas e Versos - AndreaCristina Lopes (Blogs: DeahCristina - Prosas-e-Versos)
  28. Ray* (Blogs: Nada Melhor que um Sapato e Citações e Cia)
  29. Rosa Barros (Blogs: Refletindo...)
  30. RosaMaria Blogs: (InsensatezDeslizes Poéticos e JARDIM DOS GIRASSÓIS)
  31. San Blogs: (DESEJOS AMARELOS FRUTOS VERDES e Dicionario Emocional)
  32. Sandra Cajado (Blogs: Portal A&CVersos e Cores)
  33. Sherman (Blogs: ProÉtica)
  34. Sil Villas-Boas (Blogs: JARDIM DOS GIRASSÓIS)
  35. Sonia Salim (Blogs: Adornando a vida)
  36. Stuff (Blogs: Stuff e Oasis dos Terapeutas)
  37. Suzana Martins (Blogs: Diário das Quatro EstaçõesNostra Dolce VitaEntre Marés e Cartas sem Selo)
  38. Sαmyrα Almeidα (Blogs: Inefáveis Sentimentos)
  39. Tatiana Kielberma (Blogs: Retratos da AlmaBoteco Coisa de LoucoWhen she danced e PAU DE DAR EM DOIDO)
  40. Teresa Cristina Martins (Blogs: Acolher: Espaço Terapêutico e Acolher com amor)
  41. Van (Blogs: Retalhos do que sou)
  42. Vera Luz Blogs: 
  43. Vilma (Blogs: Coisas de Mim e Só eu e Deus)

Um forte abraço a todos!

Cristian S. Molina

Ira! - Envelheço na Cidade

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Em Pedaços II - Alento amor ao vento

Das interações com colegas por aí, brotam-se frases e pensamentos muitas vezes interessantes e dignos de uma classificação ou coleção, vamos juntar alguns deles aqui e ver o que acontece... "Em Pedaços" é uma espécie de coluna semanal de textos sobre idéias surgidas em comentários e conversas na blogosfera entre o autor e outros blogueiros. Os textos são baseados na interação com um blog/blogueiro ou com pedaços de frases do autor espalhadas por diversos comentários em diversos blogs. Ao final do texto está inserido o link para o blog dos inspiradores. Boa viagem!


De nossas trocas surgiu a inspiração para se produzir as mais gostosas rimas, analogias, imagens, sonhos e toda a arte que jorra de dentro de nós.


Alento amor ao vento

Paro meus olhos
Nela certas noites
Das que aparece
Para me encantar

Fala... me carece
Parece me olhar
E me emudece
Parece me falar.

Ao espírito
  Uma só palavra
   Dela
   Muito diria
Janela noturna
      Majestosa
      Se abra

Eu,
   Muito observaria
   Dizendo um pouco
   Com a madrugada
   A lua
   Amanheceria.
   Refletida n'orvalho
   Alma iluminada
            A lua
            Alvoreceria.
Onde ande,
          Passa
          Tudo
          Embonitece.
Sempre sinto
          O sopro
          Gostoso
          De vento
          Aqui
    Num presságio
    De boas energias
             Que envias
             De algum lugar
             Por mais belas vias
Quer-me bem
      E olha tudo,
      Lua....
Lua vem..
Vem bem zen...


Estacionar...
          Não!
É querer parar
    Correntezas
     Violentas
     D'um rio
     Transbordante.

A vida sempre
     Acaba
     Por nos arrastar
     E nos desaguar
     Num infinito mar
          De emoções.
          Confusões...
          Canções.
Ela acabará
      Por te conquistar
           Cada vez mais...
E,
  Num belo dia
     De sol...
     De chuva...
     De garoa mansa...
     Faz-se valer a esperança
O amor vem,
      Imprevisível
      Como sempre
E te surpreende...
Ele te alcança.

E,
      Jogarás flores
      Pela janela
      Daquela moça
E,
      Arrancarás dela
      Sorrisos aquarelas.
E,
      Se verás tomado
          Da incontrolável
                   Vontade
                    De loucuras
                    De amor
                    Em muitas cores,
                    Enchendo a vida
                    E a alma dela
                   Com flores…
            Sim!
                Com flores
                      De todas as cores!

Lua crescente..
      Novamente...
        Vem ver o sol
            Nascente....
Crescente
        Alento
                  De pétalas ao vento.
Evento?
          Não!
Amor,
          Eterno invento.



Cristian S. Molina

Agradeço as almas que fazem poemas de nossos diálogos . Em especial, nesta postagem, agradeço a Lunna Ribeiro, Claudia Costa, Marília FélixRosamaria Roma, Hosamis Pádua e Tatiana Kielberman.

sábado, 8 de outubro de 2011

Em Pedaços I - Incompletude

Das interações com colegas por aí, brotam-se frases e pensamentos muitas vezes interessantes e dignos de uma classificação ou coleção, vamos juntar alguns deles aqui e ver o que acontece... "Em Pedaços" será uma espécie de coluna semanal na qual serão postados textos sobre idéias surgidas de comentários e conversas na blogosfera entre o autor e outros blogueiros. Os textos poderão ser baseados na interação com um blog/blogueiro ou com pedaços de frases do autor espalhadas por diversos comentários em diversos blogs. Todos serão mencionados e será inserido o link para o blog e a postagem em que o comentário encontra-se postado. 


Esta primeira publicação é a reprodução - com alguns ajustezinhos - de um comentário feito no "Vidráguas"  em texto escrito por Tânia Du Bois. Vale a pena conferir A Curva da Idade.


Um forte abraço a todos!


INCOMPLETUDE


Um quarto vazio, pronto e vazio,
com tapete vermelho de boas vindas
para um sonho que não quer chegar,
retorno de alguém não retornável.
Vazio.
Ah... se não fossem esses próximos,
nesse mundo estaríamos deixados à margem.
 Sobre a velhice, o que dizer?
Não sei!
Ainda sou jovem e muitas vezes sinto-me cansado,
vez ou outra, sorrio.
Uma vida de crônica fragmentação é flagrante
e no ar se faz fragrante o cheiro de uma falta...
a vida cheira incompletude.


Cristian S. Molina

IMAGEM: Cristian S. Molina

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

COISA DE ARIANO

ɤ

ɤ

Já ouviu falar em ansiedade de desempenho? Ansiedade de desempenho é quando você fica pensando na melhor forma de fazer algo e acaba não fazendo nada por medo do erro, provável, mas não certo. A ansiedade vai aumentando até que trava a gente. Eu sou estranho assim. Meu problema é querer ser perfeito.
Desconfio que seja a voz dela que abala todo o meu ser. Tê-la ou não tê-la? Deixar morrer o que está acontecendo ou viver e permitir que aconteça o que tiver de acontecer? Sobre o afeto que senti, é como um alívio de encontrar alguém que se procurava há tempos sem saber quem.
Não é amor a primeira vista, é um amor antes da vista, antes de tudo. Na vista é apenas a consumação e o depois já está significado. Tenho a sensação de que será assim pra mim e acho que sempre tive essa sensação. Acho que pra ela também.
Ando meio com um pé atrás. Mas já ouvi dizer que é quando a gente está no limite, quase a perder, ou até, já sem esperança, que a coisa acontece. Ela aparece. Ela amanhece e ultrapassa sua noite tão familiar pra ver a luz do sol a refletir na superfície do meu ser.
Não ando me aprofundando muito, para não sofrer demasiadas desilusões. Acho que o tempo ajudará superar. A mágoa não vale à pena. Já ouviu aquela frase: "O ressentimento é um veneno que se toma esperando que o outro morra".
ɤ
Não foi mágoa que me fez amargar.
Foi experiência.
Por isso acho importante,
Assim, logo de cara não se jogar.


Mas é só ‘um achar importante’,
Na prática é bem diferente,
Na prática não há quem agüente,
E a gente acaba por se entregar.


Daí os erros que se eternizam.
Mas será que foram erros?
Acho que dor melhor se colocaria.


Dores que sempre voltam
Somente um louco correria atrás de dores.
Não são apenas dores! Também tem poesia!
ɤ
Bom mesmo seria poder conhecer profundamente as pessoas antes de nos envolver. Que ótimo seria isso! Mas é impossível... A gente observa alguns sinais e isto é só o que temos. Sinais, apenas sinais.
ɤ
Contento e contenho-me
pra não estragar
O que está bom e,
deixo assim como está.


Chances maiores são
as de não vingar.
É que está gostoso
o que no chão firme há.


Então não arrisco melhorar
e me deixo assim estar.
É que quando se passa
de determinado ponto,
A gente tem que decidir
entre avançar e recuar.
ɤ
E são desgastantes muitas vezes as consequências
O que queria mesmo era me aprofundar.
Volto o olhar às contingências que a decisão irá demandar,
Olho para todas as barreiras e enxergo gigantes a derrotar.


Limitações nas quais se prevê situações desgastantes,
Gigantes temporais, espaciais e demandas torturantes
Um desgaste desnecessário por apenas se enxergar
No horizonte somente lampejos de luz a pouco clarear.


Coisa de ariano.
Apesar de tudo, acaba-se por todos esses monstros enfrentar.
Coisa de ariano.
A gente sempre enfrenta. É nossa musica novamente a tocar.




Cristian S. Molina


ɤ


Música: Antes e depois - por Raquel Becker e Leoni






Publicado na coluna "Cotidiano Insano" do Portal A&C, em 19/09/2011.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

MARIA

Minha sophia...
Minha estrada de sabedoria...
Que me guia...
Minha livraria...
Minha analogia...
Minha filosofia...
Minha Maria...

Minha magia
Amoral apologia
Minha energia
Coragem e ousadia
 Minha agonia
Arranca de mim euforia...
Arranca poesia...

Minha via
Minha droga
Minha anestesia
Minha Maria

Minha alegria
Meu dia
Minha rosa
Minha Maria

Minha paz e calmaria
Minha harmonia
Minha alegria
Minha louca mania

Minha guia
Epifania...
Minha poesia
Minha flor
Minha Maria

Cristian S. Molina


Vídeo: Manu Chao - Minha Galera


Publicado em 11/07/2011 na coluna "Cotidiano Insano"

domingo, 18 de setembro de 2011

Resiliente


Quando penso em resiliência, logo imagino a força de atravessar as adversidades - não sem sentir - e sobreviver. Sobreviver a elas e tocar a vida pra frente rumo aos sonhos.

A lua não é constante, não é estável, e seu estado minguante é um sinal de que logo será nova.. crescente… e renovadamente cheia de amor e beleza. A lua é resiliente por atravessar as fases e continuar sempre a nos encantar, sem fugir do seu minguar.

Muitas vezes a vida parece uma sucessão de erros. Sucessão de mesmos erros. E observou mal a vida quem acreditou não ter levado desses erros nada de bom. Só conseguiram ver os erros, nada mais.

Eu não quero me adaptar a esse mundo, pois isto significaria fazer como a grande maioria das pessoas, aquelas que vivem de uma maneira muito comum a praticar o “jeitinho brasileiro” em tudo. Me adaptar seria como a ideia do “se não pode com eles, junte-se a eles”, seria como deixar-se banalizar, como tornar-se indiferente ao que acontece ou deixa de acontecer ao nosso redor. Resisto sem saber de onde vem tanta força. Viver é assim mesmo! Não é por adaptação que se sobrevive, é por sorte mesmo… por Deus… ou por qualquer outro conceito de coisas sem explicações, qualquer conceito que não seja o de adequar-se ou conformar-se ao que nos é imposto.

Resiliência não significa adaptar-se e viver junto ao mal sem sentir-lo. Resiliência significa passar por essas situações e por esses meios e conseguir sair… sobreviver as demandas da vida e se permitir fazer o novo. É sair do contexto decadente sem se deixar abalar pelas lembranças culposas e definitivamente transcender-se.

Cristian S. Molina

"A vida ficou fácil pra mim, e tanto mais fácil por exigir de mim o mais difícil."  
(F. Nietzsche em Ecce  Homo)

sábado, 17 de setembro de 2011

Beleza que Cala



Beleza que cala
Amor que não se explica
Alma que permite ser querida


Sabe quando a beleza cala e deixa-nos paralisados a apreciá-la? É isso que acontece agora. Éh… Ela me paralisa e cala quase sempre. A beleza das coisas, dos gestos e atos divinos. Como admiro essa arte de colocar calor na alma do outro. Admiro quem tem essa capacidade.

Um choro intenso, leve, breve e carregado,
Carregado em braços e ombros de alegria,
Mais que tudo em lágrimas arremessado,
Doces lágrimas abismadas de poesia.

Um rizo molhado
em choro corado,
De que se andou
por esse mundo realizado,
Valeu a pena...
a luta ...
valeu ter errado.

Valeu o caminho
no peito feito
e rasgado,
Valeu o chorar
desesperançado,
o superado,
Engolir a água dos olhos,
 desesperado.

Um poema que vem como a brisa,
Bate no rosto e refresca a vida,
Repousa na pele leve e desliza,
Até que a alma se permita querida.

Sem muito entendimento,
Leio gostosamente....
Entro entre as entrelinhas
E sinto sem muito entender

Eu sinto prazer
Em te ter frente aos olhos
O que não é preciso explicar

Há coisas que estão e são incompreensíveis
E ainda assim
Perfeitamente aceitáveis
Porque são coisas de se sentir

Como o beija-flor
que só o gosto doce da seiva sente
e pela flor sente amor
Ama sem entender tão grandioso amor.

Cristian S. Molina

***
E se nao for valeu
E se já for, Adeus
O dia amanheceu
Levante as mãos para o céu
E agradeça se um dia encontrar

Um amor, um lugar
Pra sonhar
Pra que a dor possa sempre mostrar
Algo de bom...

Musica: Os paralamas do Sucesso - Um Amor, Um Lugar [Acústico MTV]

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Ler

Faz parte da minha recreação ler tudo: consequentemente, ler aquilo que me livra de mim mesmo, que me deixa passear em ciências e almas desconhecidas - aquilo que eu não levo mais a sério. Ler me relaxa de minha própria seriedade.
Em tempos de trabalho profundo não se vê livro algum em volta de mim: eu me guardo de deixar alguém discursar ou até mesmo pensar perto de mim. Pois isso significaria ler...

Nietzsche em Ecce Homo p.51

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Dias como hoje


Ressignificar a vida...
Sentir-se capaz novamente...
Abrir as janelas da casa...
Não em dias como hoje.

Em dias como hoje,
o prazer está na inutilidade.
Aos vinte e nove anos de idade,
em dias como hoje,
tenho a sensação de ver no mundo 
toda aquela mesma e deprimente futilidade
que enxergava há duas décadas atrás
Eu só percebia no mundo a má vontade.

Não atender e deixar tocar o telefone até desistir,
Deixar o carteiro chamar até se cansar e sumir
e permitir que o mundo aconteça sem intervir
O que faço em dias como hoje é não existir.

Definitivamente nada,
é a meta do dia em dias como hoje,
não se mover..
Sentir-se neutro no mundo...
Não ser.

Em dias negros como hoje
O sol lá fora é demasiado aversivo
Aversão nauseante a tudo o que é gente.

Em dias como hoje,
eu levanto da cama tarde
Para não viver desnecessariamente.

Cristian Steiner Molina

Dos erros que nos matam

As coisas que realmente importam são frágeis e fáceis de quebrar, quase imperceptíveis quando se possui e tremendamente notáveis quando faltam. É o sentir-se indigno de tudo por um erro que torna esse erro fatal. Esse é o fatalista. O fatalismo é a maior miséria do homem. Quando a sombra toma conta do ser e nos vemos mórbidos e frios... Quando vem um fim nos assombrar, percebemos que é só o fim de um começo, a vida ainda corre forte e isso não nos deixa nem um pouco felizes. Todo homem tem a sua sombra. Quantas mortes cabe numa vida? Quantos erros fatais cabe numa vida? E quantas mortes de si mesmo se pode suportar? E tentamos nos confortar... um erro muitas vezes nos mata. E quantas vezes será preciso morrer para encontrar uma saída? É... erramos... outra vez. Um morrer de erros perpetuados é um erro, não apenas mais um erro. Morrer é um erro. Um erro pode ser apenas um erro. E alguns erros são fatais... ou soremos nós os fatalistas? E quando não é a vida, somos nós próprios que nos passamos uma rasteira. Todas as oportunidades que nos foram dadas, fizemos pouco caso como o pouco caso que fizemos da nossa existência. O que fazer nesse mundo agora, se nunca demos valor a nada e jogamos sempre tudo fora? E o silêncio significa o nosso instante. Mas cometer o mesmo erro mil vezes não anula a possibilidade de acertar na milésima primeira. Aumenta! Tentemos outra vez! A vida arrebenta a gente muitas vezes. Sejamos fortes! E quando se perdeu a conta das mancadas, suprimimo-nos a um eu ensimesmado e vestimos um rótulo de nada. Minguamos. Levantemos as nossas cabeças! Não cansemo-nos de nós mesmos! E como dizia a sábia canção: "não pense que a cabeça aguenta se você parar". Então, não paremos!
Cristian Steiner Molina


 "Nada mais vai me ferir. É que eu já me acostumei com a estrada errada que eu segui..."

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Vontade

"A vontade é impotente perante o que está para trás dela. 
Não poder destruir o tempo, 
nem a avidez transbordante do tempo, 
é a angústia mais solitária da vontade." 
(Nietzsche)